Design Thinking, O “Ginásio” da Criatividade
Assim sendo, o que precisamos para sermos master minds criativas é munirmo-nos dos melhores “halteres” para exercitar este grande “músculo” que é o cérebro. É neste âmbito que surge o Design Thinking como uma das metodologias de pensamento criativo mais poderosas (se estivesse no processo de escolha de um “ginásio da mente”, apostaria as minhas fichas no Design Thinking). Esta corrente de pensamento consiste num processo e conjunto de ferramentas que guiam todos aqueles que procuram novas ideias até à solução mais desejada.
Mas como tudo começa com os nossos pré-conceitos e atitudes, a escola de Design Thinking, antes de mais, desafia-nos a abraçar um conjunto valores e de novas formas de pensar e, especialmente, de agir.
Em primeiro, será necessário termos a tal consciência de que somos seres criativos por natureza
(“confiança criativa”, segundo David Kelley) e perceber que precisamos de ter a coragem de “sujar as mãos” e colocar as “mãos na massa”/fazer-acontecer. Como se trata de um processo desconfortável, que nos tira da nossa zona de conforto, devemos, também, desenvolver resistências para prosperarmos em climas de ambiguidade, percebendo o erro como uma aprendizagem e, até, uma bênção – errar rápido e a baixo custo é o principal objetivo do processo. Estas duas últimas valências estão de braço dado com a necessidade de desenvolvermos uma postura otimista e, até alegre, para tirarmos o máximo
partido das ferramentas criativas. E como todas as ideias têm o propósito de servir um determinado target, o Design Thinking revela como conceito fundamental a empatia: muito diferente de simpatia, a empatia é o fator de diferenciação desta metodologia.
Nas universidades de marketing é-nos ensinado que o objetivo do profissional da área é dar resposta a necessidades do mercado, sendo que, antes de mais, devemos aferir que necessidades são essas, através de instrumentos de recolha de informação.
Como profissional na área de marketing, gestão de marca e produto, reconheço o plus que o processo e ferramentas de Design Thinking acrescentam a todo este aprendizado: ferramentas mais eficientes de recolha e compreensão dos dados (mais do que tratamento), a proximidade com o user, o envolvimento mais profundo com o problema/necessidade, e o desafio da empatia tornam este processo de “estudo do mercado” mais rico, profundo e genuíno. Tudo isto permite-nos desenvolver soluções mais adaptadas e verdadeiramente desejadas pelos consumidores.
Outro préstimo desta metodologia para estes profissionais prende-se com o desenvolvimento de soft skills necessárias para os gestores do presente-futuro: a capacidade de envolver e mobilizar as pessoas, o otimismo e flexibilidade para trabalhar em ambientes de stress e pressão, a coragem para colocar em causa e melhorar as formas de executar as suas funções, a perceção da “all picture” e do impacto das nossas micro funções no processo total, a habilidade de interpretar e resolver os chamados “wicked problems”… Agora que reflito sobre o tema, estes “danos colaterais” da prática do Design Thinking estão plenamente alinhados com as top ten skills desejadas para os profissionais no ano 2020 (World Economic Forum).