“Design is Future” foi um documentário gravado no âmbito da segunda edição do Design is Future Congresstival, decorrido em 2016 na Barcelona Design Week, e com organização do estúdio de design Toormix e do BCD – Barcelona Design Center. Neste curto filme, diversos profissionais da área do Design dão a conhecer o seu ponto de vista sobre o estado do Design, tendências e perspetivas de futuro, importância do foco no utilizador, entre muitos outros aspetos.
Nos últimos tempos o design tem vindo a ganhar um lugar de destaque no desenvolvimento de produtos e serviços, deixando de estar no “final da linha”, onde se “limitava” a finalizar o produto e/ou serviço e a torná-lo “apetecível” aos olhos do consumidor. O design toma agora um lugar de destaque, colocando o utilizador e a experiência de utilização no centro do processo.
Doug Powel, Design Principal & Program Director for Education & Activation na IBM Design refere mesmo casos de recentes de sucesso, onde é possível constatar que o utilizador está no centro do desenvolvimento do produto, tais como Airbnb, Uber e Pinterest. Estas empresas são consideradas design driven companies. E o que é isto de ser uma design driven company? É, fundamentalmente, ter consciência que as pessoas compram muito mais do que a tecnologia ou a performance: compram o produto que lhes oferece a melhor experiência, nomeadamente de utilização. E tal só é possível colocando o utilizador no centro.
Os processos de design têm vindo a sofrer melhorias nos últimos tempos, tendo dado origem ao conceito de Design Thinking. Quem o menciona neste documentário é Ed Gillespie, Co-founder da Futerra, agência especializada na sustentabilidade. Na perspetiva do Design Thinking, olha-se para o mundo e pergunta-se “Porque é que isto funciona assim? Como é que podemos desenhar isto?”. É um processo que nos faz olhar para o final, ou seja, para aquilo que são as necessidades e expetativas do consumidor e, a partir daí, desenvolver um produto que corresponda a essas “especificações”.
“O Design dá-nos ferramentas para tornar tudo mais ágil e fluído”, refere Cristina, e todos os agentes que participam no desenvolvimento são envolvidos no mesmo, para que se possam pensar, criar e resolver problemas de forma criativa.
O Design Thinking tem vindo a ganhar claro destaque em fases iniciais de desenvolvimento de produtos e serviços, e tem “dado provas” da mais-valia que é para este mesmo desenvolvimento. Para Ed Gillespie, da Futerra, o Design é sobre “pensar a fundo (…) sobre o mundo que se quer criar e na contribuição pessoal que se dá para o mesmo”. Na sua ótica, para se ser um bom designer deve-se produzir algo bonito e útil, mas não esquecer a longevidade do produto, ciclo de vida, materiais usados e qual o destino após o uso.
Ao longo do documentário podemos perceber a necessidade das empresas em evoluírem para um outro tipo de relação com aqueles que são os consumidores dos seus produtos, garantindo assim que compreendem aquilo que são as suas necessidades e expetativas face ao produto ou serviço que prestam ou desenvolvem. Miguel Ballester, Product Management & Innovation na Fairphone, refere mesmo que os clientes estão prontos para uma nova forma de consumo e que, face a tal, é essencial que as empresas se mantenham “sustentáveis e rentáveis economicamente, mas a olhar para novos modelos de negócio”.
Sobre o sucesso do design enquanto profissão, Doug Powel não hesita: “Esta é uma altura excelente para se ser designer. As oportunidades, bem como a profissão, encontram-se em expansão, e a influência da área é a maior do que alguma vez existiu.”
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