Porque é o Human-Centered Design tão importante para os produtos?

Artigo

O que é a empatia, e porque é tão relevante no processo de Design Thinking e desenho de produtos/serviços de sucesso? Neste artigo explicamos em detalhe este conceito, muitas vezes confundido com simpatia, e que pode fazer a diferença na criação das soluções mais indicadas para as necessidades dos utilizadores.

No passado, a abordagem comum para se desenhar era criar uma ideia, construí-la e esperar que os consumidores a utilizassem. Contudo, essa abordagem coloca o consumidor em segundo plano. E de que vale ter um conceito de design fantástico, mesmo que feito com as melhores intenções, se essas intenções não correspondem à realidade dos consumidores?

Atualmente, e neste contexto, o conceito de desenhar com o utilizador final em mente já não é novidade no design do produto, bem como a importância de entender e salientar os seus desejos e necessidades. Essencialmente, para desenhar produtos de sucesso é preciso que um designer crie com a intenção de resolver um problema ou melhorar um aspeto da vida do consumidor. Por outras palavras, um designer deve adotar uma abordagem centrada no ser humano para desenhar – o Human-Centered Design, que desmistificamos neste artigo, originalmente partilhado no Medium.

Uma abordagem à inovação

Nesta era tecnológica, não existe limite para os novos avanços que mudam rapidamente o mercado. Isso, aliado às expectativas da procura e alterações constantes do lado do consumidor, coloca muita pressão sobre as empresas para garantir que os produtos que criam sejam úteis.

Assim, se uma empresa quer destacar-se e destronar a concorrência, deve estar aberta a novas abordagens para liderar a inovação. Com a capacidade de reconhecer o problema em mãos e combinar uma solução, o Human-Centered Design pode realizar isso mesmo. Apresentamos abaixo alguns exemplos de empresas que adotaram, e continuam a utilizar, essa abordagem.

Airbnb

Numa determinada altura, a Airbnb enfrentou dificuldades financeiras devido ao baixo número de reservas. Neste seguimento, optaram pela abordagem centrada no ser humano para determinar o que é que não estava a funcionar no seu site e descobriram que a culpa era da baixa qualidade das listas de fotos.

Os utilizadores não estavam a fazer reservas devido a não conseguirem ver, decentemente, aquilo que estavam a pagar. Deste modo, a Airbnb decidiu atualizar o site com imagens mais visualmente atraentes, o que veio duplicar a sua receita e resolveu o problema rapidamente.

Spotify

Antes do Spotify, comprar e ouvir as músicas favoritas não era assim tão fácil. O Spotify conseguiu criar empatia com o esforço dos utilizadores de ouvir, transmitir e partilhar músicas, adotando o Human-Centered Design para criar a sua plataforma.

Isto transformou a forma como os utilizadores interagiam com a música, pois, com o Spotify, os utilizadores podem aceder a todas as músicas num só lugar, receber sugestões de músicas personalizadas e listas de reprodução, além de ser um serviço bastante útil, no seu todo. E tudo isto, mediante o pagamento de um valor mensal.

Este é um exemplo de um produto que resolveu um grande problema antes que as pessoas percebessem sequer que existia um, graças à capacidade de empatia da empresa.

As fases do Human-Centered Design

Como se pode implementar esta abordagem na estratégia de design? Existem quatro
fases principais do processo de Human-Centered Design, que são:

• Fase 1: Inspiração. Esta fase exige que os designers se envolvam diretamente com o público-alvo para determinar o seu problema principal e seus pontos a solucionar.

Durante esta fase é crucial pesquisar a fundo o público para descobrir o que os torna felizes, frustrados, as suas rotinas, gostos, desilusões e por aí em diante.

Essencialmente, deve-se conhecê-los por dentro e por fora, para se poder começar a ter empatia com eles.

• Fase 2: Ideação. Esta é a fase de brainstorming, onde se imaginam todas as maneiras possíveis de resolver os problemas e necessidades do consumidor, até chegar a uma solução realista e centrada no ser humano. É crucial não se esquecer de que o designer não é o utilizador, por isso, deve ser feita uma boa utilização da sua pesquisa enquanto se faz brainstorming. Nesta etapa, podem ser usadas ferramentas, tal como mapas de empatia, user journey maps, entre outras.

• Fase 3: Prototipagem e teste de utilizador. Depois de criar o design certo, pode-se
criar um protótipo e começar a testá-lo nos utilizadores. Isto é importante para
descobrir se o produto realmente resolve um problema e se é utilizável. Nesta fase,
por norma, recebem-se muitos comentários que devem ser usados para entender que
parte do design requer melhorias ou alterações.

• Fase 4: Implementação. Depois de se testar completamente o produto, ter recebido feedback e refinado o mesmo de acordo com o teste, está pronto a ser lançado e comercializado para o público-alvo. Nesta etapa, é importante apresentar uma estratégia de marketing eficaz que fale com os utilizadores finais. Portanto, a
promoção junto do público deve ser feita do ponto de vista dele, visto que se está a tentar resolver o seu problema.

Deste modo, podemos assim concluir porque é que a adoção de uma abordagem centrada no ser humano é fundamental para o sucesso do produto. Tal como os casos de sucesso referidos acima, essa abordagem ajudará a criar produtos inovadores e duradouros, que resolvam as necessidades do público-alvo. Então, esperamos que possas ter isto em consideração e tentes desenhar a partir de um “ângulo” mais humano, e verás como facilmente te pode ajudar a destacar num mercado tão competitivo.

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