Mónica Fidalgo
Frontend Developer

Entrevista

Mónica Fidalgo é Frontend Developer na Storyblok e será tutora do Curso de Full Stack Development na EDIT. Lisboa.

Temos sempre de dedicar parte do nosso tempo a investir em nós. Além disso, o trabalho que fazemos hoje não é igual ao que fazemos na semana seguinte ou amanhã.


És Licenciada em Biologia Marinha. Podes contar-nos como surgiu o teu interesse pela área de Front-end?

Quando era mais nova, tinha um tumblr e um blogger em que dava para editar algumas partes com código ou adicionando scripts. Gostava de o fazer e tive isso em conta quando decidi mudar de área. Sabia que queria algo relacionado com web. Na altura em que comecei ativamente à procura de um novo curso, pensei que queria user experience, então fui para um curso de webdesign que englobava essa parte mas tambem a parte de no fim, poder construir em código, o protótipo desenhado. Foi nessa parte final do curso que percebi que a minha paixão era mesmo código.


Como é a tua rotina de trabalho?

 

Atualmente tenho flexibilidade de horário, desde que o trabalho que me foi atribuído seja feita, giro o meu tempo como quero. No entanto, na maioria dos dias gosto de fazer um horario fixo de forma a manter uma rotina. Todas as manhãs começo o dia a ir passear a minha cadelinha, tomo o pequeno almoço, tiro um café e vou para o computador. Começo por ver mensagens e emails e depois agarro-me às minhas tarefas. A meio do dia gosto de ler artigos ou criar conexões com pessoas da minha área. Acabo o dia com um bom lanhe e arranco para ir treinar. Após passar horas sentada, é essencial fazer exercicio fisico. Não só pela saúde mas mesmo pela parte mental. Pego numa playlist e vou espairecer um pouco.


Qual consideras ser o aspeto mais desafiante para um Front-end Developer?

 

Estar a par das novidades e melhorias que saem todos os anos a nivel de linguagens, updates nas ferramentas e por ai adiante, somos eternos estudantes! Temos sempre de dedicar parte do nosso tempo a investir em nós. Além disso, o trabalho que fazemos hoje não é igual ao que fazemos na semana seguinte ou amanhã. Praticamente todos os dias tenho de usar o google para ir pesquisar como se faz algo, ou como “matar” algum bug chatinho que aparece e por vezes até dura vários dias.


O que mais e menos te emociona na tua profissão??

O que mais me emociona é o criar aplicações ou websites que alguém vai usar e pensar “fui eu que contribui para isto”. Aquele orgulho interior!

O que menos me emociona talvez seja quando tento fazer algo em código e é muito mais dificil do que pensava. Existem aqueles momentos em que fico frustrada e tenho de ir apredendo a lidar com isso. Saber que fiz o melhor que pude e saber desligar. Amanhã é um novo dia, de cabeça fresca e podemos (devemos) pedir ajuda.


Que parte do desenvolvimento é mais gratificante?

À medida que os anos passam e eu sei mais do que no dia anterior, é muito gratificante ver o quanto evoluí. Tambem tento envolver-me ao máximo em comunidades para ajudar outros a seguirem o mesmo caminho que eu. E quando recebo reconhecimento por tal, sinto que vale a pena. Eu senti muito a falta disso quando estava a começar.


De fora parece um trabalho muito racional, mas a criatividade é também necessária para programar?

Para sermos Frontend Developers, temos de ter uma parte de criatividade e de pensar fora da caixa, às vezes surgem problemas que temos de resolver, seja em código seja a nível da interação do utilizador com a nossa aplicação/website. O racicionio é algo que todos os dias é trabalhado e a criatividade tem de estar sempre presente. Principalmente quando fazemos trabalhos para amigos e temos de ser ambos designer e desenvolvedor.


Partilha connosco alguns recursos ou plataformas úteis para quem quer aprender mais um pouco sobre Front-end.

Bem, vou recomendar plataformas que eu própria usei e gratuitas!

  • Freecodecamp – tem vários percursos com exercicios e no fim obtemos um certificado que é reconhecido por muitas empresas
  • Sololearn – é mais simples que o freecodecamp mas abrange muito bem os tópicos e podemos fazer no telemóvel numa pausa ou a caminho para o trabalho
  • Scrimba – tem tutoriais gratuitos com live coding
  • A nivel de artigos, o Freecodecamp tem vários e na maioria são revistos, existe tambem o CSStricks mais para a parte de css e o Medium ou o dev.to tambem tem artigos interessantes

Porque devem as empresas apostar em profissionais qualificados na área? Na tua perspetiva, como está o mercado de trabalho em Portugal?

 

Depende muito da empresa e se procuram licenciados na área ou não. Da minha experiência, uma pessoa sem licenciatura na área mas com uma formação e empenho, consegue um emprego na área de Frontend. Existem empresas que investem no desenvolvimento dos colaboradores e é para mim um ponto muito importante quando vamos a uma entrevista de emprego. O mercado de trabalho em Portugal tornou-se mais competitivo desde a pandemia, agora muitas empresas estão a recrutar por cá, mas para trabalhar remotamente. Mas já antes disso muitas empresas estrangeiras sempre abriram cá escritórios ou alugam espaços de cowork. Isto trás um maior leque de ofertas. Nesta área, estar desempregado é quase uma opção.


Tens alguma meta profissional definida para os próximos tempos?

Sim claro que sim! Todos os anos traço metas profisionais para mim! Estou sempre à procura de me desenvolver profissionalmente. Recentemente mudei de empresa com o intuito de sair da zona de conforto e aprendar mais ainda. E está a acontecer. Tenho o objectivo de ser senior developer e para tal quero preciso de aprofundar os meus conhecimentos, quero tambem envolver-me mais ainda em comunidades, de aprendar uma linguagem nova, de realizar mais uma formação. Ficar acostumada está fora de questão!


Serás tutora no curso de Full Stack Web Development na EDIT. Lisboa. Quais são as tuas expectativas, e de que modo irás dinamizar as tuas aulas?

Primeiro que tudo, estou muito entusiasmada com a ideia e nervosa ao mesmo tempo. Algo que tenho presenciado é que não são só os alunos que aprendem, mas quem dá formação tambem. Seja a nivel profissional ou de softskills. Quero passar o meu conhecimento da melhor forma. Tenho o objectivo de que os alunos no fim fiquem com um projecto que possam mostrar. Além disso, não quero ser só uma tutora, quero passar a minha experiência e ajudar no que poder relativamente ao mundo de trabalho.



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