Sofia Grilo
Senior Consultant - UX Design

Antes de iniciar o curso da EDIT. estava a trabalhar em design gráfico. Alguns dos projetos em que trabalhei começaram a incluir a criação de materiais mais digitais, como landing pages, newsletters, peças para redes sociais… E à medida que ia aprendendo a desenvolvê-los, sentia também que tinha vontade de aprofundar mais o design em contexto digital e com uma vertente mais focada no utilizador. Comecei a ler bastantes artigos sobre UX/UI design, e, apesar de na altura ser uma área relativamente nova em Portugal, começou a despertar-me muito interesse. Procurei vários cursos e o da EDIT. foi o que se encaixou melhor nas temáticas e metodologias que estava à procura.

O curso da EDIT. despertou ainda mais em mim o gosto e o interesse por esta área mais digital e mais centrada no utilizador. Da minha licenciatura e do meu trabalho como designer gráfica tinha já autonomia na utilização dos programas de design mais utilizados, e a formação na EDIT. complementou – a com as metodologias, processos e melhores práticas de UX/UI design.

Assim, no momento em que acabei o curso, sentia-me preparada para iniciar esta nova etapa no meu percurso profissional, e continuar a aprender e crescer em novos projetos. A nível pessoal, a formação ensinou-me especialmente a gerir o meu tempo e a trabalhar em equipa.

O meu dia a dia depende sempre do cliente para o qual estou a trabalhar, e principalmente da fase do projeto em curso. De forma geral, numa fase inicial de descoberta, as principais atividades passam por entrevistas a utilizadores, criação de surveys, preparação e moderação de workshops.

Depois inicia-se a fase de análise de toda a informação recolhida, e ideação de possíveis soluções. Neste momento podem ser desenvolvidos journey maps, personas, user stories, entre outros. De seguida iniciamos a criação de protótipos de baixa fidelidade, que normalmente são testados com utilizadores. Tendo em conta o feedback, desenhamos os layouts finais, que são igualmente testados.

Penso que UX/UI design seja uma área bastante abrangente e com diferentes focos de ação possíveis. De forma geral, o UX/UI designer é uma pessoa que trabalha no desenvolvimento ou melhoria de plataformas digitais, tentando compreender ao máximo as necessidades e expectativas do utilizador, e respondendo com soluções adequadas e criativas. Como ponto positivo, destaco o contacto com utilizadores que a profissão proporciona. Saber que estou a contribuir para experiências mais agradáveis, mais rápidas e mais fáceis, por ter a possibilidade de criar empatia com as pessoas que vão utilizar a solução que estou a desenhar, dá-me um sentimento de propósito associado ao meu trabalho. Na minha opinião, como ponto menos positivo, penso que em Portugal o UX/UI design não é ainda uma área que tenha o reconhecimento que deveria, e que nem sempre estes projetos são considerados prioritários e merecedores de investimento.

É importante estar sempre disposto a aprender! A tecnologia e o mundo digital evoluem a cada dia, e estar a par das tendências, inovações e melhores práticas é essencial para um UX/UI designer. Acrescentaria ainda duas palavras que devem guiar o nosso dia a dia: empatia e acessibilidade.

O curso tem um ótimo equilíbrio entre teoria e prática – existem aulas onde são ensinados conceitos, metodologias, melhores práticas, e aulas em que podemos desenvolver os projetos em curso. Os projetos desenvolvidos são casos concretos que nos preparam para responder a desafios reais do dia a dia como UX/UI designers. Estes projetos permitem ainda que, no final do curso, tenhamos no portfólio uma amostra de trabalho em UX/UI design. O facto de colaborarmos sempre em grupo é um desafio que também nos prepara para o mundo em qualquer empresa.

Gostava de participar em projetos inovadores e disruptivos, relacionados, por exemplo, com realidade virtual, inteligência artificial, metaverse. Gostava ainda de um dia liderar e gerir uma equipa multidisciplinar, que incluísse researchers, UX designers, UI e visual designers, developers, sem ter de dispensar a parte prática de participar em projetos mas tendo liberdade para guiar, propor metodologias, aprender.

Tenho a sorte de pertencer a uma equipa onde o work-life balance é respeitado, e onde o bem-estar de cada membro é uma prioridade. Apesar disso, o stress faz parte de alguns momentos. No contexto de trabalho remoto, o que mais dificulta “desligar” do trabalho pode ser a falta de separação entre o espaço de trabalho e o espaço de descanso/lazer, porque muitas vezes são o mesmo. Para desligar e criar essa separação gosto de fazer exercício (normalmente correr ou ir ao ginásio), cozinhar, desenhar, e, quando possível, viajar!