Henrique Timóteo
Aluno

Entrevista

Henrique Timóteo é UX/UI Designer & Graphic Designer no IT Sector. Foi aluno do curso intensivo de UX&UI Design na EDIT. Lisboa.

Existe sempre o medo de não conseguir sequer demonstrar as nossas capacidades depois do curso mas após um difícil mas necessário processo de recrutamento consegui fazê-lo e neste momento orgulho-me de ter um emprego numa empresa sólida na área de UX & UI Design.


O Design de comunicação e Design gráfico são as duas principais áreas do teu percurso académico e profissional. Como surgiu o interesse pelo programa UX & UI Design na EDIT.?

O interesse surgiu sobretudo pela vontade e necessidade de evoluir profissionalmente. No Design Gráfico, como em qualquer área ligada às Artes, é necessária uma constante aprendizagem e experimentação daí ser completamente ingénuo da minha parte não insistir no desenvolvimento das minhas competências. No UX & UI Design encontrei as valências que eu procurava e que complementavam a minha experiência como designer gráfico para progredir na minha carreira. A partir dessa base, procurei as melhores escolas com o melhor conteúdo programático e, na minha opinião (não estou sozinho), a EDIT. é escola que oferece os melhores profissionais a lecionar, as melhores condições, com um conteúdo muito completo e não menos importante, a componente prática. A decisão também foi suportada pela a opinião de familiares e amigos que sugeriram a EDIT. por ser uma escola de renome, por ser bastante apreciada por quem está a recrutar e pelos protocolos que tem, por exemplo, com a Tronik. Foi a escolha certa.


Que impacto teve esta formação na tua evolução profissional? E no teu desenvolvimento pessoal?

O impacto foi muito positivo. A EDIT. também está de parabéns porque em fevereiro de 2019 acabei o curso e dois meses depois, após candidatura e seleção, recebi uma proposta de trabalho que aceitei sem hesitar porque, ao fim de sensivelmente 16 anos como designer gráfico na área da comunicação social, iria finalmente conseguir redirecionar a minha carreira para a vertente digital como UX & UI Designer. Nessa altura até foi curioso porque no dia em assinei a minha carta de demissão lançaram as notas do curso. Foi uma gigante coincidência. Bom, era um objetivo que eu tinha há muito tempo, talvez desde 2008, altura em que iniciei a minha licenciatura, mas a vida ensina-nos a ter sonhos e objetivos mas nunca fazer grandes planos. Estava determinado a apostar na minha formação e na minha carreira e este curso foi altamente libertador naquele momento da minha vida, mas muito desafiante. Em primeiro lugar, decidir estudar para mudar de área com 16 anos de profissão e 36 anos de idade, nos tempos que correm é uma decisão difícil e, em segundo lugar, representava um grande esforço pessoal porque optei por ter aulas ao sábado, das 9h às 18h, e sempre que vinha para casa do trabalho ou da EDIT. tinha de avançar nos projetos e todos os bocadinhos contavam. Manter os mesmos níveis de exigência no trabalho, no curso e em casa não é fácil, mas isso faz-nos crescer, ensina-nos a ser mais responsáveis, metódicos e confiantes.


Qual o teu feedback sobre a equipa de tutores? Os seus inputs enquanto profissionais da área enriqueceram a aprendizagem?

Por ordem alfabética, o Hugo Oliveira, o Paulo Victorino e o Victor Afonso são nomes a manter na EDIT. Não podia estar mais feliz com estes excelentes profissionais e fantásticos tutores. Já tive oportunidade de lhes agradecer pela “viagem” de 6 meses que fizemos juntos, pela partilha do imenso “know-how” que têm, por terem conseguido transmitir todas as bases necessárias (e não só) do curso de UX & UI Design e por toda a dedicação demonstrada desde o primeiro dia! Não só os inputs foram um ponto importante e crucial na aprendizagem, mas também a forma como conseguiram fazê-lo e na sua interligação entre disciplinas. Foram muito pragmáticos, as aulas eram sempre bastante dinâmicas, não houve uma aula chata. Para quem nunca teve contacto com a área digital, que era o meu caso, a insegurança era o maior obstáculo a ultrapassar mas, ao fim de uma semana, essa insegurança tinha-se transformado em avidez e isso deve-se a eles. Parabéns à EDIT. pela excelente equipa!


Qual a tua opinião sobre o Projeto 360º Digital Campaign, e o contacto com pessoas das outras áreas de estudo da EDIT.?

O projeto 360º é a cereja no topo do bolo. É extremamente desafiante e eu pessoalmente tirei dias de férias para me dedicar a 100% a este último projeto. Requer bastante de todos os alunos, independentemente do curso que estão a tirar, mas sobretudo exige uma grande sincronização entre as diferentes áreas de estudo. Organização é a chave! Os meus conselhos no 360º passam por trabalhar em conjunto desde o primeiro dia e perceber quais são os tempos necessários para cada uma das fases do projeto. Cada aluno tem as suas valências portanto ninguém é melhor que ninguém e lembrem-se, ter a oportunidade de fazer um projeto com uma empresa, no meu caso a WORTEN, que nos dá um briefing real com um budget associado é algo que não se vê em qualquer escola. Para além de ser o último projeto (sim, porque no caso do curso de UX & UI Design já ficaram para trás três projetos diferentes), este será o projeto mais completo e complexo de todos. Uma boa apresentação ao cliente ganhará pontos no final, não facilitem e preparem-se.


Consideras que o mercado português tem oferta na área do UX/UI Design? Porque devem as empresas apostar em profissionais da mesma, na tua ótica?

Na minha opinião, eu defendo que o mercado português deve apostar sempre em profissionais qualificados e motivados para as empresas e na área de UX & UI Design não é exceção. Os profissionais mais qualificados e motivados não só trazem um grau de maior competitividade aos departamentos, mas o mais importante é a correlação que existe entre o excelente trabalho executado, a satisfação do cliente e a consensual reputação da empresa a nível nacional ou internacional. Existem muitas vagas nesta área, para júnior ou sénior, mas a competição é feroz. Há muita gente a concorrer à mesma vaga, os requisitos são muitos, os processos de recrutamento são minuciosos e é necessário ter muita persistência, não desistir.

A área de UX & UI Design é muito recompensadora mas requer um nível de empenho bastante grande, é necessária muita pesquisa, muita análise, um sentido crítico apurado e muita criatividade. O tutor Paulo Victorino (UX) dizia nas aulas que “vocês têm de ser o advogado do diabo” e é verdade, questionar o mais possível para chegar à solução do problema não é uma tarefa fácil, requer tempo e concentração. Um bom trabalho em User Experience é mais de meio caminho para uma excelente aplicação mobile ou website.

User Interface é a materialização de todo o estudo e fundamentação feito anteriormente. É imperativo dominar as ferramentas e ter bons conhecimentos de Design para manter a coerência gráfica em todas as plataformas, torná-las aprazíveis e funcionais, diferenciá-las das milhões que existem e tornar possível a experiência do utilizador mais fácil e intuitiva. É por isso que as empresas devem apostar em profissionais com formação nesta área, não só porque abrange as duas vertentes que se complementam entre si mas porque também estão a contratar pessoas que percebem melhor do que ninguém as necessidades do utilizador. É esse o objetivo!


De que modo te manténs atualizado face às novidades e tendências do mundo digital?

Regra geral, pesquiso na internet o que se faz por aí mas não perdi o bichinho de comprar livros na área do Design! Ir a uma livraria para folhear livros e perder a noção do tempo é um dos meus passatempos favoritos mas que leva a minha esposa à loucura… ah ah ah!

É importante seguir algumas plataformas como o Medium ou a Smashing Magazine, há de tudo lá. Behance, Awwwards ou Dribbble são algumas referências que eu tenho quando procuro inspiração e Norman Neilsen Group é muito importante quando necessito de respostas ao nível de User Experience. Material Design, Apple Design Resources e Bootstrap são fundamentais para me manter a par das regras, seja em Android ou IOS. Parece que estou a ouvir o tutor Hugo Oliveira (Visual Design) a dizer “Este corpo de letra está muito pequenino e a fonte é muito fininha, não tem leitura…” ah ah ah! Inputs…


Tens alguma meta profissional definida que gostasses de cumprir?

A curto prazo, essa meta já foi alcançada. Existe sempre o medo de não conseguir sequer demonstrar as nossas capacidades depois do curso mas após um difícil mas necessário processo de recrutamento consegui fazê-lo e neste momento orgulho-me de ter um emprego numa empresa sólida na área de UX & UI Design. Felizmente já pude constatar que na IT Sector existe a política de apostar nos trabalhadores e era precisamente isso que eu procurava. Sentir que somos valorizados e importantes faz toda a diferença na motivação de um profissional e não há melhor sentimento do que esse! O mínimo que eu posso fazer é retribuir com o valor do meu trabalho, experiência e dedicação. A meta seguinte é evoluir e crescer nesta área, o resto vem por acréscimo.


Na tua perspetiva, que skills são imprescindíveis para um UX/UI Designer?

Citando o tutor Victor Afonso (UI), nós “não vamos inventar a roda mas podemos e devemos ser criativos e diferentes”, ou seja, disruptivos. Também é fundamental sermos bastante críticos em relação ao nosso trabalho, uma boa dose de humildade e saber ouvir é muito importante. É necessário pesquisar diariamente trabalhos de UX & UI para perceber o que se passa no mundo digital, quais as tendências, o que se faz e como se faz, ler os “case studies” que vão surgindo nas plataformas ajuda imenso na evolução das nossas capacidades e treinar todos os dias no Sketch (ou noutro programa qualquer) é uma sugestão importante que devem ter em consideração porque como em tudo na vida, quem não pratica, esquece. Saber apresentar e “vender” uma ideia ou uma proposta a alguém é uma competência que será muito requisitada nesta área, portanto não se acanhem, envolvam-se o mais possível em todas as fases dos projetos da vossa empresa e boa sorte!



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