É sempre mais agradável e mais fácil adquirir conhecimento e experiência se o processo for interessante. Através da minha experiência profissional procuro não só ensinar o conteúdo das linguagens de programação como também a melhor forma de as utilizar.
Fala-nos um pouco sobre o teu percurso académico e profissional.
O meu percurso profissional começou com um estágio numa empresa de desenvolvimento WEB, após a acabar o curso profissional de programação. Foi então que percebi que queria trabalhar na área de TI.
A seguir, continuei os meus estudos numa academia de formação fundada por grandes empresas alemãs, como a Volkswagen, Siemens e Bosch. Lá, ganhei bons conhecimentos de programação orientada para os objetos, adquiri a capacidade de criar e manipular bases de dados SQL e também noções básicas de redes, que me permitiram aprofundar conhecimentos de como funciona a comunicação entre estruturas físicas (equipamentos) e lógicas (programas, protocolos).
Trabalhei em diversas empresas, tais como de serviços de transporte de encomendas, uma rede de parques de campismo, uma fábrica de produção de contraplacado e produtos de madeira. Atualmente, estou a trabalhar numa rede de clínicas dentárias e desenvolvo aplicações de uso interno, websites e landing pages de várias marcas do grupo.
Quais foram as tuas maiores inspirações que te levaram a escolher esta área tecnológica?
Trabalhar nesta área é divertido, interessante e informativo. Num só dia, posso cultivar novos conhecimentos e habilidades em tecnologias completamente diferentes.
Como é a tua rotina de trabalho?
O meu dia de trabalho começa com a leitura de emails. Seleciono as tarefas mais urgentes e organizo o meu tempo de acordo com as informações recebidas. Grande parte do meu tempo é dedicado a dar resposta às solicitações que nos chegam dos nossos clientes. Trabalhamos com um sistema de tickets que nos permite otimizar os tarefas.
Da parte da tarde, dou início aos projetos internos da empresa, sem descurar as solicitações de serviço e problemas técnicos que vão surgindo. Reúno-me com a minha equipa (neste momento somos 10 pessoas) e debatemos os principais problemas que existem no sistema e quais as possíveis soluções a dar. Com base na experiência de cada um, delegamos funções para a resolução das mesmas. Temos vindo a procurar soluções automatizadas para agilizar o fluxo de trabalho.
Estou sempre à procura de novas ferramentas/tecnologias que tornem o trabalho mais rápido e eficiente e, assim, melhorar o meu desempenho profissional.
Qual consideras ser o aspeto mais desafiante para um Full Stack Developer?
O Full Stack Developer está diretamente envolvido em todas as etapas do desenvolvimento de aplicações web — desde a criação da aplicação onde se implementa o design, a user experience, a validação de dados, a interatividade, a captura de metadados para posterior análise pelas ferramentas de business inteligence, até à criação dos serviços e servidores necessários para gerir e servir os requisitos da aplicação, como as bases de dados, a lógica do negócio, a resiliência da aplicação, a performance da aplicação. Essa altercação entre Frontend e Backend faz com que o programador trabalhe na interseção de tecnologias, por isso, pode desenvolver sozinho uma aplicação que, geralmente, requer várias pessoas. Portanto, será mais fácil desenvolver o seu próprio projeto ou lançar uma Startup.
O que mais e menos te emociona na tua profissão?
O que eu gosto na minha profissão é:
Desvantagens
Devido ao grande número de tecnologias com as quais tenho que trabalhar, nem sempre tenho tempo para me aprofundar numa área específica. Portanto, em algumas tecnologias, irei perder para um especialista com foco restrito.
Na tua perspetiva, como se encontra o mercado de trabalho na área do desenvolvimento? E quais serão as tendências na mesma?
A tendência de contratar um programador Full Stack está a tornar-se mais popular a cada ano. Isso é compreensível porque, assim, as empresas não precisam de contratar 2 especialistas com foco restrito. Desta forma, os custos do projeto podem ser economizados e a coordenação melhorada.
Na minha opinião, o estado atual do mercado tecnológico em Portugal, ter várias skills e não ser expert numa só, é uma enorme vantagem. Há muita gente expert numa só coisa e as empresas estão anos à procura de uma pessoa mais genérica para não terem que pagar a 2 ou 3. Para atrair um especialista competente, as empresas aumentam as condições de trabalho e os salários. E a tendência de aumento de salários e procura por Full Stack developers irá continuar por vários anos.
Uma vez que a área de Full Stack tem cada vez mais procura por parte das empresas, que Skills consideras importantes para quem quer investir nesta profissão?
Aconselho aprender linguagens que fazem parte do conceito chamado MERN, que engloba diferentes tecnologias. O profissional de MERN Stack (MongoDB, Express, React e Node) pode encontrar trabalho em diversas áreas, desde o desenvolvimento WEB até ao desenvolvimento de aplicações.
Tens alguma meta profissional definida para os próximos tempos?
Neste momento, quero concluir a minha licenciatura em Engenharia Informática e melhorar a minha pronúncia em inglês, para comunicar melhor com os meus colegas em Inglaterra. Além disso, gostava de aprender mais sobre o sistema Machine-learning.
Partilha connosco alguns recursos ou plataformas úteis para quem quer aprender mais um pouco sobre Full Stack.
Aqui estão as plataformas que considero úteis para qualquer programador, desde Júnior até Sénior:
Serás tutor no curso de Full Stack Developer na EDIT. Porto. Quais são as tuas expectativas, e de que modo irás dinamizar as tuas aulas?
É sempre mais agradável e mais fácil adquirir conhecimento e experiência se o processo for interessante. Durante o curso o meu trabalho principal é ensinar as técnicas necessárias no desenvolvimento web. Através da minha experiência profissional procuro não só ensinar o conteúdo das linguagens de programação como também a melhor forma de as utilizar.
No curso, tentarei apresentar aos alunos a profissão de “programador full-stack”, que se dedica ao desenvolvimento em ambas as direções: no lado do servidor e na interface do utilizador de sites. Assim, os alunos podem conhecer ao máximo a área de TI e expandir os limites de seu conhecimento.
Em geral, o plano de curso será:
Depois da teoria, gostaria de adicionar um pouco de gamificação às aulas:
Apresentar as tarefas práticas na forma de especificações técnicas do Cliente. Penso que essa abordagem permite que os alunos aprendam sobre diferentes áreas de programação. Em segundo lugar, irão ter uma ideia de como as etapas de desenvolvimento são na realidade: identificação das necessidades, termos de referência, discussão, desenvolvimento e testes.
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