As empresas precisam compreender que a forma de consumir conteúdo mudou e que o consumidor do passado não é mais o mesmo.
Conta-nos um pouco sobre o teu percurso académico e profissional. O que te levou a escolher esta área/profissão?
Na verdade, eu sou cozinheiro de formação! Mudei o rumo da carreira quando descobri os fatores criativos e humanos que a publicidade trazia e quis fazer essa diferença também. Passei por um período como Relações Públicas antes de rumar para Agências de Publicidade, onde aprendi muito sobre o propósito do que fazemos: encontrar verdades humanas para unir produtos interessantes a um público cada vez mais exigente e crítico – nem sempre essas verdades são fáceis de encontrar, mas essa é justamente a gana da profissão, encontrá-las.
Quais os maiores desafios que encontras no teu dia a dia, enquanto Strategic Planning?
Construir uma estratégia baseada em comportamento humano é o principal desafio, que não é resolvido só com pesquisa e entrevistas: é preciso ter os olhos sempre abertos para o mundo ao nosso redor, ser uma pessoa curiosa e interessada em temas que não são tão próximos a nós muitas vezes, e ter a oportunidade de trabalhar com uma equipe diversa, para aprender com cada um. Sinto que encontrar o equilíbrio entre pesquisa acadêmica e percepção de vivências é também um desafio e tanto, ainda mais com tantos temas diferentes na nossa rotina e um tempo cada vez mais curto.
Na tua perspetiva, e de um modo geral, qual o ponto de situação do mercado de marketing digital em Portugal?
Sinto que o mercado português ainda carece de diversidade, de ter pessoas diferentes e únicas, com novos pontos de vista e experiências pessoais, para termos uma troca de ideias mais rica e campanhas cada vez mais próximas e verdadeiras. Além disso, vivemos um momento único na história, pós-pandemia em que aqueles que ainda não estavam tão letrados digitalmente, como pessoas idosas, por exemplo, passaram por uma revolução digital involuntária e ainda são um público carente de estratégias específicas na comunicação e têm um enorme potencial a ser explorado.
Que evolução prevês no campo das redes sociais, e no contributo para o relacionamento entre marcas e consumidores?
Apesar de alguns estudos sugerirem que as novas gerações buscam um mundo mais desconectado e relações “reais” ao invés de virtuais, é inegável que as redes são cada vez mais parte do nosso mundo. Cada vez mais o conteúdo vai ser essencial para diferenciar os creators e marcas que vão perpetuar o mundo digital dos que vão estagnar e parar de ver resultados a longo prazo. Mais ainda, as marcas vão perceber que não têm a mesma força no mundo digital como no ponto-de-venda, por exemplo, e vão precisar dar mais espaço e autonomia a creators parceiros, que ditam tendências e se comunicam de forma mais próxima com o público.
Que aspetos gostarias de destacar da tua experiência enquanto tutor do curso de Digital Marketing & Strategy Remote Learning na EDIT.? Como lecionas as aulas e transmites o teu know-how?
É uma experiência incrível para mim poder trocar experiências com os alunos e tutores que lecionaram comigo. Só conseguimos ir mais longe com a troca de conhecimento, e tentei nas minhas aulas trazer ensinamentos que aprendi ao longo da minha carreira para tentar facilitar o caminho de alguns que estão começando. Obviamente, focado em Social Media, destaco na aulas o caráter “social” do tema e quero acima de tudo ouvir os alunos e tornar a aula uma sessão de partilha acima de tudo.
Que características devem ter, na tua opinião, os profissionais de Marketing Digital? Quais os primeiros passos para quem pretende ingressar neste mercado em crescimento, e para que se possam diferenciar??
Estamos em um mercado plural de criatividade e precisamos de pessoas e ideias diferentes. Portanto, o melhor conselho que dou é: seja você mesmo. Com seus gostos, seus temas de interesse, suas experiências de vida, seus creators favoritos na sua rede social favorita. O dia-a-dia do marketing é super dinâmico e vários temas surgem em cada projeto, então nunca se sabe quando um hobby seu pode se tornar o ponto chave de uma ideia, por exemplo. Tenha orgulho da sua história, seja curioso para aprender as histórias dos outros e não tenha medo de mudar!
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