Hugo Frade
Product Designer

Entrevista

Hugo Frade é Product Designer na Talkdesk, e é Alumni do curso Curso de User Experience & User Interface Design na EDIT. Porto.

A formação da EDIT fez-me ganhar confiança nas minhas capacidades, e permitiu-me garantir mais qualidade no trabalho que produzia.


És Licenciado em Engenharia Informática. Podes falar-nos um pouco sobre o teu percurso? Como surgiu o interesse pela área de UX e como chegaste ao Curso de User Experience & User Interface Design da EDIT. Porto?

Desde novo que sempre me debati o que gostaria de explorar mais, se o meu lado mais lógico ou o mais criativo. No ensino secundário sempre tive muita vocação para as matemáticas e sempre gostei muito de computadores… por outro lado, as artes manuais e as disciplinas criativas faziam- me pensar no quão bom seria dar asas à criatividade e criar algo novo. No final acabei por seguir a opção mais segura a nível sócio-económico, e procurei algo que tivesse ligado à Matemática e à Física e foi aí que decidi seguir Engenharia Informática.

Gostei bastante da Licenciatura, por ser muito diversificada em temas. Não era só programar, tinha muitas outras áreas complementares que tornaram todo o percurso interessante. Durante a Licenciatura surgiram algumas oportunidades de explorar a minha veia criativa, e fui-me apercebendo o quanto gostava de Design. Fui membro do núcleo de estudantes do departamento de comunicação e imagem. Acabei por chegar a diretor de departamento, e também do jornal/revista do centro de estudantes. Fazia cartazes, fotografias, design do jornal, ou qualquer outro elemento gráfico que fosse necessário.

Quando a Licenciatura terminou, inscrevi-me num mestrado, e durante um projecto que pretendia simular o ambiente de desenvolvimento de um software de recursos humanos, acabei por ficar responsável pela parte de design do produto. Foi aqui o meu primeiro contacto com o mundo de UI e UX. Acabei por não concluir o mestrado, pois não me identificava com aquilo que estava a aprender. Foi uma altura de introspecção, e estava muito dividido, se devia seguir um percurso na área do Design Gráfico ou então seguir pelo Design de Interfaces. Optei por Design de Interfaces e inscrevi-me numa pós-graduação em Web design na ESAD, e foi aqui que tive o primeiro encontro com conceitos como UX, Design Thinking, entre outros. No final, consegui o meu primeiro emprego na área, numa agência de publicidade. Curiosamente, foi a própria agência onde trabalhava a incentivar-me a para o curso de UX/UI da EDIT. Este curso ajudou-me a consolidar alguns conhecimentos que já tinha, e trouxe-me muitos outros. E deu-me a certeza que era este o caminho que queria seguir. Ainda assim, o tipo de trabalho que desenvolvia na agência não me permitia explorar a vertente de User Experience tanto como gostaria, e comecei a sentir necessidade de abraçar um desafio maior. Quando surgiu a oportunidade de juntar-me à Talkdesk, dei o salto de fé. Neste momento estou a fazer exatamente aquilo que gosto, num local que valoriza a importância que o design tem num processo de criação de um produto.


Que impacto teve esta formação na tua evolução profissional? E no teu desenvolvimento pessoal?

Para além de ficar atualizado com conteúdos mais recentes, ajudou-me perceber que era como Designer que gostaria de continuar o meu percurso profissional. A formação da EDIT fez-me ganhar confiança nas minhas capacidades, e permitiu-me garantir mais qualidade no trabalho que produzia. Para além disso, a dinâmica multidisciplinar do projecto final, fez-me ter contacto com outras áreas que não era habitual ter no trabalho.


De forma breve, descreve-nos o que fazes atualmente, no teu dia a dia de trabalho.

Atualmente sou Product Designer na Talkdesk, e estou a trabalhar no mesmo produto desde que entrei na empresa, (2 anos e meio). É uma área incrivelmente desafiante, e adoro aquilo que faço. A minha dedicação a este produto teve resultados, e fez-me conquistar o um lugar com bastante visibilidade nas equipas com que trabalho, e sou incluído em decisões fundamentais como ajudar a definir a visão de produto e roadmap. Para além do desenvolvimento de UIs, utilizando o Design system da empresa, também faço User Research para ajudar a validar as hipóteses que se colocam, e a perceber os pain points dos utilizadores do produto, e explorar soluções que possam facilitar ou resolver os dificuldades que os utilizadores encontraram.


Como descreves a profissão de UX& UI Designer? Quais são os pontos positivos e negativos desta área?

Para mim falar na profissão de UI & UX designer é sempre um desafio. Existe a percepção que designers apenas fazem “desenhos” e mockups, ignorando toda a vertente de usabilidade, arquitectura de informação, research, etc. E “educar” sobre a nossa profissão por vezes consegue ser um desafio, pode ser preciso muita persistência e resiliência para fazer com que a nossa voz seja ouvida.

No meu trabalho tento educar para as diferentes vertentes, e que o meu papel é o de Product Designer e não UX& UI Designer. Porque já tive a oportunidade de trabalhar nestes dois ambientes, que são completamente distintos, consigo perceber as diferenças. Um UX & UI Designer é uma profissão que vejo mais associada a agências, em que os projectos têm uma natureza mais de comunicação e uma cadência de desenvolvimento mais rápida, já um Product Designer trabalha um produto de forma iterativa, com base em research e feedback que recolhe dos utilizadores, aplicando metodologias diferentes e trabalhando em equipas multidisciplinares.


Que dicas darias a quem está a começar agora a dar os primeiros passos como UX & UI
Designer?

Uma das coisas mais importantes, e este é um conselho valioso, é ter a certeza que a informação que consumimos vem das fontes certas. Um dos maiores pesadelos de um Product Designer é o Dribbble. Esta plataforma está cheia de exemplos exageradamente eyecandy, mas que não estão a resolver problemas reais, apenas a captar visibilidade para o autor.

Por isso, a quem estiver a começar na área lembrem-se, que um produto não tem que ser só bonito, tem que ser usável, executável e implementável. Outra dica será para olharem para as diferentes vertentes que a nossa profissão tem, e tentarem perceber o que aspectos gostam mais. Há espaço para tudo, há pessoas só especializadas em UI, outras em design systems, outras mais em research, e outras que fazem um pouco de tudo. E não há problema nenhum gostarmos mais disto ou daquilo e procurarmos especializar-nos nisso.


Qual a tua opinião sobre o curso de User Experience & User Interface Design da EDIT.. Que pontos destacas para quem está à procura de uma formação na área?

Das referências que tinha acerca do curso, o que mais me agradou foi o facto de ser leccionado por profissionais a trabalhar na área. Ao contrário dos currículos escolares, em que muitas vezes os professores apenas sabem a teoria e ficam rapidamente desatualizados devido à velocidade a que esta área evolui, a EDIT conta com formadores que se encontravam a exercer na área e que enfrentavam todos os dias problemas reais. Outro factor que me agradou, foi a maneira que o curso foi avaliado. Num mundo em que a teoria se encontra à distância de um clique, acho que o curso se focou no mais importante, colocar essa teoria em prática e as avaliações serem baseadas nesses trabalhos práticos.


Tens alguma meta profissional que gostasses de alcançar?

Neste momento estou focado em consolidar a minha carreira de Product Designer, mas como gosto muito de partilhar conhecimento, consigo ver-me a ter um papel mais relevante numa equipa de designers, como mentor ou lead.


Na área digital cada vez mais temos de definir prioridades e arranjar métodos para ultrapassar o stress do dia-a-dia. Quais são os teus hobbies e que métodos utilizas para “desligar” do trabalho?

Estando a trabalhar numa empresa que neste momento está 100% remote, é fácil perder a noção das horas que trabalhamos, e efectivamente há alturas em que temos que arranjar estratégias para manter o balanço entre o trabalho e a vida pessoal. Apesar da empresa permitir horários flexíveis, procuro estabelecer limites, como manter um horário para começar e largar o trabalho. Claro que existem exceções, e por vezes para cumprir objetivos ou prazos pode ser necessário estender um pouco o período de trabalho, mas são situações pontuais. Atualmente, uma das coisas que ajuda a desligar é por exemplo marcar eventos semanais, mesmo que seja com colegas de trabalho. Por exemplo, temos um grupo de jogos de tabuleiro, e todas as quintas-feiras juntamo-nos, presencial ou remotamente. Para além disto tudo, ainda aproveito o meu tempo livre a jogar Pokémon, a tirar e organizar fotografias e quando possível viajar e conhecer o mundo.



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