Os budgets foram-se tornando cada vez mais reduzidos, as marcas perderam valor face às alterações de um consumidor cada vez mais informado e participativo e o papel da criatividade também parece estar a passar um mau bocado no que à desvalorização das ideias diz respeito.
E, perante todas estas alterações, resta-nos uma única constatação: a de que também as redes sociais vão continuar em constante mutação, não só pela velocidade da transformação digital a que assistimos de dia para dia, mas também – e sobretudo – porque cada vez mais temos de admitir que não é a rede que importa, mas a conveniência. Estranho?
Estudos recentes dão conta de que mais de 70% dos utilizadores usa um smartphone e isto significa que já não chega oferecer conteúdos inovadores e relevantes, mas sim aproximá-los dos consumidores. O Facebook, quando acedido no computador, é na grande maioria das vezes enquanto trabalhamos (a menos que a empresa tenha vedado o seu acesso) e quando não o é, gastamos mais de 27% do nosso tempo no Feed de Notícias, e não nas páginas das marcas. Já quando estamos em modo mobile, entram os Snapchat, o Vine e o WhatsApp em ação…
E 2016 é assim de esperar que seja o ano do chamado ‘Connected Consumer’, em que veremos as primeiras aplicações práticas que serão capazes, não só de permitir rápido acesso à informação, mas sobretudo de compreender as necessidades efetivas do público e criar relações vinculativas com ele. Hoje em dia, já é possível criarmos perfis tanto comportamentais como geograficamente muitíssimo precisos, o que nos permite um totalmente novo nível de conhecimento face ao target que, se for corretamente aliado ao sem fim de possibilidades tecnológicas que temos ao nosso dispor, poderão vir a ganhar extrema relevância na estratégia de ativação das marcas.
Mas, regressando ao início desta conversa, a criatividade parece andar meio despida, nos últimos tempos. Não que as boas ideias (e os talentos nacionais!) não existam, porém, parece que o conceito básico de ‘oferecer experiências únicas e diferenciadoras’ tem vindo a ser cada vez mais difícil de sair da gaveta. É urgente assistirmos, assim, ao ressurgimento dos velhinhos conceitos de storytelling e branded content, que sejam capazes de respeitar e promover a inteligência dos consumidores e investir naquilo que nos inspira.
Há competência em Portugal e, enquanto consumidores, andamos todos fartos que nos tentem dar a volta por isso, para 2016… espero que sejamos mais isso.