Os design systems não são apenas mais uma ferramenta para o desenho e desenvolvimento de produtos digitais. São também um contributo muito interessante para aumentar a eficiência do processo de evolução do produto e uma maior rapidez na integração de novos contributos dos utilizadores.
Para além desta premissa de aumento da eficiência e rapidez, os design systems, como qualquer ferramenta, personificam também um conjunto mais alargado de vantagens, que podem ser um argumento muito valioso quando se questionar as mais-valias da utilização desta lógica de desenho e desenvolvimento num qualquer produto.
Afirmação de uma visão modular e evolutiva do produto digital
Adotar uma abordagem como um design systems, pressupõe sempre uma visão modular do processo de desenho. Visão essa que nunca perde a noção da globalidade do produto digital que está a trabalhar, mas que a dada altura consegue circunscrever o seu foco no desenho de componentes mais pequenos. É precisamente esta capacidade de fazer evoluir o produto digital, através da evolução de componentes mais pequenos, que podem dentro de uma equipa ser trabalhados por diferentes profissionais, que ajuda a garantir, segundo uma lógica de design systems, a implementação transversal de um conceito de modularidade, mais do que uma visão absoluta no processo de desenho.
Agilidade na criação, implementação e manutenção de componentes
Pensar segundo uma lógica de componentes tem a vantagem de conseguir autonomizar até certo ponto pequenas partes do desenho do produto. Esta organização modular, aliada à necessidade de documentar todas as etapas e decisões do processo de desenho e a partilha recorrente em equipa de toda essa documentação, garante uma maior agilidade, hierarquia de prioridades e amplitude de opções na gestão de evoluções, testes ou até mesmo experimentalismos que podem em algum momento vir a integrar a versão final do produto digital.
Construção de orientações transversais entre equipas de forma colaborativa
Cada vez mais, os produtos digitais são suportados por equipas localizadas em diferentes pontos do globo. A evolução constante do produto e a oportunidade de integrar diferentes profissionais em diferentes fases do processo trouxe consigo a necessidade de passagem cada vez mais frequente de tarefas entre equipas. Num design system é essencial que todo o desenho seja suportado por documentação de apoio, no fundo uma “fonte da verdade” a que qualquer elemento da equipa possa recorrer quando tem a tarefa de desenhar um novo componente, mas que permita também a inclusão de novos contributos para que esta fonte nunca fique desatualizada ou obsoleta.
Fortalecimento da coerência entre os diferentes componentes
O facto de num design system existir sempre uma necessidade de criar guidelines comuns a todas as equipas, quer sejam de desenho ou desenvolvimento, potencia em grande medida uma abordagem coerente em todos os momentos do produto digital. Se todas as equipas estiverem a trabalhar segundo uma mesma base e contribuírem para um mesmo centro de documentação, para além de ser muito mais fácil encontrar inconsistências nas abordagens, é também relativamente mais simples evitar que essas inconsistências se repitam ou perdurem no tempo.
Otimização do tempo e do custo de desenho e desenvolvimento
Uma abordagem segundo um design system permite uma série de inovações, é certo, mas acima de tudo garante um processo focado na eficácia das tarefas. Eficácia, porque reduz em grande medida o esforço de criação a partir do início de algo, mas também elimina ao máximo tarefas redundantes. Garante que todos os profissionais se concentram naquilo que podem, em cada momento, fazer efetivamente a diferença, criando pelo caminho um histórico do projeto que pode ser reutilizado em diferentes momentos. Eficácia em design systems, quer em última análise dizer, poupanças de tempo e custo, que são sempre argumentos muito valiosos para a gestão de qualquer plano de negócios.