João Santos
Workforce Analytics Manager

Entrevista

João Santos é Workforce Analytics Manager
na Farfetch e tutor da EDIT. Em entrevista, conta-nos como iniciou o seu percurso profissional, o que é mais o apaixona na área do Analytics e ainda nos diz qual a importância da análise de dados no Marketing Digital.

Acredito que as áreas criativas e analíticas são quase como o gato e o rato: não os consegues encontrar no mesmo sítio. Quem consegue ser polivalente nestas duas áreas é uma espécie muito rara e a ser estudada!


Fala-nos sobre o teu percurso académico e experiências profissionais. 

A minha jornada académica começou por meter água por todo o lado… A minha formação é na área de Engenharia Civil, com especialização em Hidráulica. E basicamente foi isso que a minha formação foi: a preparação para uma coisa completamente diferente: a área de Marketing e de Data Analytics.

Mal saí da faculdade comecei o meu percurso profissional dentro da 7Graus, num projeto de E-Commerce que estava a arrancar. Desde o início que estive envolvido em todas as áreas do projeto, e isso ajudou-me a ganhar o know-how para assumir um novo projeto , resultado da fusão deste projeto com um outro na mesma área, na empresa 7Skin. Estive lá até 2018, altura em que mudei-me para a Farfetch. Desde então tenho estado a exercer funções de Manager de Reporting e Analytics, dentro da área de Workforce Manager.


O que é que mais te apaixona na área do Analytics

A área de Analytics deve ser a área menos sexy e menos amada dentro do universo do Marketing, mas provavelmente a mais importante delas todas. Toda a área criativa é o pilar de uma estratégia de marketing, mas no mundo atual temos cada vez mais ferramentas e o desejo de tomar decisões com base em resultados, e é aí que entra a área de Analytics. Queremos ter a certeza que a parte criativa está a resultar não só em comentários e um sentimento de que somos sexy, mas também que isso está a gerar €:  isso sim, é sexy!


Qual a importância da análise de dados no Marketing Digital para as marcas/empresas, e porque devem apostar em especialistas na mesma? 

Acredito que as áreas criativas e analíticas são quase como o gato e o rato: não os consegues encontrar no mesmo sítio. Quem consegue ser polivalente nestas duas áreas é uma espécie muito rara e a ser estudada! E o grande problema reside aí mesmo: o negócio quando vê a área de marketing como algo 100% criativa, perde-se uma grande alavanca no desenvolvimento desses negócios: a noção dos 20% investidos que geram 80% da faturação! Toda a gente está aqui para fazer dinheiro, mas cada vez mais temos de saber exatamente onde apostar, para gastar somente o necessário para obter o máximo rendimento.

Acredito que a área de Business Intelligence está a emergir e será um must em qualquer empresa, tal como neste momento é necessário um gestor de campanhas numa clínica de fisioterapia ou uma padaria industrial.


Na tua opinião, que skills e know-how devem ter estes profissionais para serem bem
sucedidos? A formação contínua é imprescindível?

É difícil definir o que é um olhar analítico sobre os números, mas identificar padrões de crescimento, dedicar tempo a analisar tendências e outliers são o que é necessário para encontrar “aquela oportunidade”. Depois disso, é preciso saber vender essa ideia: contar uma história com uma parede de números nem sempre funciona. Temos de saber colocar-nos nos pés de quem pode tomar as decisões, e ter a narrativa e formato certos para convencê-los a tomar as decisões que sabemos que precisam tomar.


Que tendências consideras que poderão surgir no Marketing Digital e no campo do Analytics nos próximos tempos?

360ºAnalytics, Data Analytics e DataViz. 

Mesmo as maiores empresas no presente olham para o universo através de silos, e muitas vezes é quase impossível construir um mindset A-Z, ou seja, não temos noção do que uma alteração numa fase de um processo pode fazer ao produto final. E isso é assustador, porque assim cada área só olha para o seu umbigo e não há ninguém preocupado em olhar para o grande plano. Essa é a beleza de uma startup, toda a equipa olha para tudo, e tudo é responsabilidade de toda a gente. Isso faz com que as decisões sejam pensadas sempre tendo em vista o greater good.

A área de Data Analytics e DataViz vão ser algo muito importantes no futuro também , porque cada vez mais a informação está espalhada em muitas fontes diferentes, todas elas segregadas e compiladas por um estagiário para juntar tudo numa parede de números em Excel. Isso deixa de lado toda a componente de ETL e análise + outputs, o que faz com os decision makers tenham de perceber e analisar os números, quando são eles que menos tempo têm para o fazer. A partir do momento em que os dados contam uma história e basicamente quase que nos empurram para a decisão certa, ninguém quer voltar atrás e ver ficheiros de Excel!


 Que passos aconselharias tomar a quem gostasse de enveredar profissionalmente por esta área em específico?

O acesso à informação não é neste momento um problema para ninguém, nem a facilidade para pegar em datasets e “brincar com números”. Fora os últimos truques das ferramentas mais in no marketing digital, existem muitas tarefas no dia a dia que fazemos no mundo do marketing (e mesmo fora dele) que podemos usar para testar o nosso conhecimento , aguçar a nossa curiosidade pelo que está por detrás dos números, e treinar o nosso storytelling. Isso, mais que qualquer curso ou linguagem nova a aprender, é um atributo que poderá ser desenvolvido e melhorado para tornarmo-nos mais curiosos.


Como é que te manténs atualizado sobre o mundo digital? Utilizas alguns recursos ou plataformas?

Eu uso o meu LinkedIn como o meu feed de notícias. Sigo lá todas páginas dos produtos que uso, e tento sempre conhecer quem sabe mais do que eu e o que partilham. Numa altura em que o tempo é um asset muito escasso, ter um refresh diário versão fast-food poderá não ser algo muito convencional, mas é o que eu vejo funcionar para mim num mundo que muda a cada 5 minutos.


Enquanto tutor da EDIT. Porto, de que forma gostas de lecionar as tuas aulas?

Eu gosto de que as pessoas saiam das minhas aulas não a querer seguir-me nos social media nem a adorar os meus Powerpoints, mas que sintam que percebem tudo o que falo e que conseguem fazer o que o que eu faço. Gosto de colocar as mãos na massa, ver que muitas vezes não conseguimos fazer tudo da mesma forma, mas a garantir que no final todos conseguimos dominar os conceitos e as plataformas, para que, no dia a dia, consigamos ter isso como secundário e possamos focar-nos no processo analítico de “olhar para os números”.



Partilhar:

Chat on WhatsApp

    Fale connosco

    Interesses

      Subscrever Newsletter

      Interesses

      Privacy Overview
      EDIT. - Disruptive Digital Education

      This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.

      Necessários

      Os cookies necessários ajudam a tornar um website útil, permitindo funções básicas, como a navegação e o acesso à página para proteger áreas do website. O website pode não funcionar corretamente sem estes cookies.

      Estatísticas

      Os cookies de estatística ajudam os proprietários de websites a entenderem como os visitantes interagem com os websites, recolhendo e divulgando informações de forma anónima.