Pedro Gonçalves
Tutor

Entrevista

Fica a conhecer Pedro Gonçalves, Digital Product Designer na Farfetch e tutor do curso intensivo Digital Product Design & Management na EDIT. Porto. Descobre o seu percurso, dia-a-dia profissional e opinião sobre esta área digital :)

A constante evolução traz à tona novas necessidades. A forma como as pessoas interagem com produtos vai mudar, logo, a forma como o designer trabalha consequentemente vai também mudar.


Conta-nos como foi o teu percurso académico e profissional e porque chegaste às áreas de Digital Product Design (UX/UI).

Eu tenho um percurso muito próprio. Estudei arquitetura e exerci-a durante 2 anos. No entanto sempre tive interesse e um contacto bastante próximo com as novas tecnologias. Paralelamente à arquitetura, comecei a desenvolver trabalhos como freelancer em part-time por gosto e pelo desafio. Em 2012 tudo ficou mais sério quando fundei uma startup com mais 3 colegas. Quando se cria uma startup ligada a esta área sem recursos financeiros, há necessidade de desenvolvermos multiple-skills de forma a colmatarmos as necessidades da empresa. Foi assim que desenvolvi importantes skills relacionadas com ux-design, product, web, mobile, front-end development. branding, e conhecimentos profundos de user-needs e business-goals. Mais tarde recebi convites de algumas empresas, trabalhei na Rocket Internet / Jumia e atualmente trabalho na Farfetch.


Como é trabalhar numa empresa em ascensão como a Farfetch, e nesta área em específico? Tens estabelecida uma rotina de trabalho, ou cada dia é diferente?

Somos uma empresa internacional reconhecida mundialmente e que tem crescido a um ritmo incrível. Trabalho num ambiente tech com mais de mil pessoas. Na nossa equipa de design somos mais de sessenta com treze nacionalidades diferentes espalhadas pelos escritórios de Londres, Porto, Lisboa, e Shangai. É um ambiente diversificado, rico, mas desafiante. Não temos rotinas mas temos métodos que nos ajudam a coordenar e a trabalhar em equipa.


Quais os maiores desafios que surgem na conceção de um produto digital?

Depende muito da empresa em que se trabalha e das necessidades do produto. No entanto, da experiência que tenho, destaco a comunicação e os processos, garantir que todas as partes interessadas estão na mesma página. A comunicação é extremamente importante no processo de design, principalmente em grandes empresas onde o nosso trabalho pode ter um impacto direto em diferentes equipas e pessoas.


E tendências? O que prevês que possa acontecer nestas áreas do digital, num médio-longo prazo?

A constante evolução traz à tona novas necessidades. A forma como as pessoas interagem com produtos vai mudar, logo, a forma como o designer trabalha consequentemente vai também mudar.
No entanto, num futuro próximo, e é algo que já está a acontecer, os utilizadores exigirão produtos cada vez mais personalizados e exclusivos. 
Em termos mais técnicos penso que o processo de design será cada vez mais Lean de forma a reduzir atritos desnecessários entre o design e  o development


De que forma te manténs atualizado sobre a área de Digital Product Design (UX/UI)? Há algum tipo de recurso/plataforma do qual não abdiques?

Penso que a melhor fonte de informação é a nossa rede de networking. Eu tenho a sorte de trabalhar num ambiente rico em tech, produto e design. O meu maior recurso são os colegas, diariamente partilhamos novidades e colocamos-nos a par das novas tendências. Penso que esse seja o segredo, mantermos o contacto com outros colegas, seja no ambiente de trabalho seja através de blogs, grupos de Slack ou no Twitter.


Que expectativas tens enquanto novo tutor do mais recente curso intensivo da EDIT. Porto, Digital Product Design & Management? De que modo pretendes lecionar as tuas aulas?

Eu acredito em metodologias de learn by doing logo, serão cursos bastante experimentais mas acima de tudo espero que seja uma troca de experiências enriquecedora tanto para os alunos como para mim enquanto tutor.


Por fim, que skills deverá ter um profissional desta área? E como se pode diferenciar neste mercado?

Não existem skills chave. Na área do digital existem múltiplas oportunidades diferentes relacionadas com design.  A melhor forma de nos diferenciarmos é encontrar-mos algo que nos dá prazer em fazer e seguir aquilo que nos apaixona. Penso que seja o maior desafio, pois ninguém vai conseguir arranjar motivação para trabalhar e se diferenciar num mercado competitivo fazendo algo que não gosta. O challenge está em descobrir-mos isso, por vezes temos de nos desafiar a nós próprios e sair da nossa zona de conforto para podermos perceber onde é que queremos estar. É essa paixão que vai fazer o drive da nossa carreira.



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