Dina Oliveira
Tutora

Entrevista

Dina Oliveira é tutora da EDIT., especialista em Design Thinking e Marketing e está a criar sua própria empresa de Marketing e Design Estratégico, e conta-nos como mais sobre o seu percurso profissional.

o design thinking é assim chamado por ser, acima de tudo, uma forma de pensar assente nos pilares da confiança criativa, empatia, cultura do erro, “fazer acontecer”, otimismo e iteração.


Pode compartilhar um pouco sobre sua jornada profissional até se tornar uma especialista em Design Thinking e Marketing?

O percurso ainda é curto, mas sempre procurei que fosse recheado de experiências e pessoas diferentes. Sou aveirense e “marketeer” de gema: a minha formação de base é em gestão de marketing pelo IPAM de Aveiro e Lisboa, tendo continuado a estudar na área, ao longo dos anos. Recentemente, comecei a frequentar o doutoramento em Marketing e Estratégia, tendo em vista a cumprir a missão do ensino.

Aliei sempre os estudos ao trabalho, porque não consigo tirar máximo partido de um sem o outro. Já trabalhei em ambiente de agência, já passei por empresas grandes e empresas mais pequenas, em funções na área de marketing e inovação. 

Tive a oportunidade de integrar a equipa de inovação da SONAE MC, em 2016, onde se iniciou a minha jornada pelas metodologias de co-criação e design estratégico. Desde então, que se entranhou e que alio os conhecimentos de marketing ao design estratégico para levar a cabo todas as minhas profissões. 

Também passei pela WOOK, bem como pela Porto Digital e Everythink

Este percurso ajudou-me a descobrir duas grandes vocações: a facilitação de equipas, através do mindset e ferramentas de co-criação, e o ensino e formação, que é a minha forma de devolver ao mundo aquilo que recebo. 

Por isso, o percurso natural será criar um espaço onde possa aliar o meu conhecimento de negócio e estratégia de marketing e a minha experiência em capacitação e apoio customizado de equipas, através das metodologias de co-criação.


Como é que o Design Thinking pode impactar positivamente a forma como as empresas abordam os seus desafios de negócios, estratégias de marketing e cultura organizacional?

Aquilo que mais me cativou quando comecei a aplicar e experimentar as ferramentas e fluxo de pensamento do design thinking, foi o facto de esta abordagem nos obrigar a cumprir a promessa do marketing: dar resposta às necessidades das pessoas. 

Partindo sempre das pessoas, esta metodologia estrutura-se num processo com várias fases, auxiliado por um conjunto de ferramentas, que nos ajuda a encontrar alternativas aos desafios e a melhorar continuamente as nossas soluções e ofertas. 

Mas, essa nem é a parte mais fantástica: o design thinking é assim chamado por ser, acima de tudo, uma forma de pensar assente nos pilares da confiança criativa, empatia, cultura do erro, “fazer acontecer”, otimismo e iteração. Por isso, os danos colaterais da sua aplicação junto das nossas equipas, refletem-se no desenvolvimento de competências de trabalho em equipa, foco cliente/pessoas, colaboração e co-criação, curiosidade e empatia.


Para aqueles que desejam seguir uma carreira de sucesso, como é que o conhecimento e aplicação do Design Thinking podem fazer a diferença no seu percurso profissional?

Já há alguns anos que as competências de trabalho em equipa, escuta ativa, colaboração, empatia, “problem solving” e criatividade são as soft skills aclamadas como diferenciadoras e as mais procuradas pelos empregadores. Só que agora, é a sério! Vivemos num mundo em constante transformação, onde o surgimento de novas tecnologias “com inteligência” abala a nossa confiança e põe em causa a sustentabilidade dos nossos trabalhos. Por isso, a nossa condição de “ser humano”, dotados da habilidade para gerar relações significativas e pensar criticamente sobre o mundo que nos rodeia, será o que nos irá distinguir da máquina. 

A abordagem de design thinking permite-nos desenvolver todas estas valências, e obriga-nos a voltar para aquilo que é essencial – as pessoas. Estou certa, que esta abordagem aos desafios, poderá ter um efeito transformador na nossa forma de trabalhar e de gerir equipas, promovendo competências, que são a condição para o sucesso de qualquer profissional.


Que evolução prevês na área, em Portugal?

Quando comecei este workshop, ainda pouco ouvíamos falar de design thinking em Portugal… a procura por conhecimento sobre estas temáticas era escassa. E, depois, surgiu a necessidade que fez o engenho: com uma pandemia que agitou as nossas consciências e conceções sobre o trabalho, a procura pelo desenvolvimento de novas competências de resolução de problemas e co-criação em equipa, explodiu! Temi que fosse consequência dos tempos e, por isso, passageiro. No entanto, tal como na inteligência artificial, onde já não há retorno possível… o design thinking veio para ficar, e prevejo que deixe de ser algo “só para os criativos” ou gestores de equipa, mas uma evolução natural nas nossas formas de trabalhar. 


Para os profissionais que desejam aprimorar suas competências em Design Thinking, quais são as práticas ou recursos essenciais que você recomendaria?

Começar a aplicar o fluxo de pensamento de Design Thinking, mesmo que à resolução de problemas menos complexos. Comecem por aplicar uma ferramenta, até vos deixo uma sugestão: em equipa, começa por construir a jornada de experiência do teu produto ou serviço, do ponto de vista dos teus clientes. Para em equipas que, dado o ritmo de trabalho e a complexidade das estruturas, apenas conseguem dedicar-se a uma parte de algo maior, quando terminam de fazer este exercício, saem dos seus silos, e observam a jornada de A a Z… ficam extasiados e tomam consciência do impacto da sua peça no puzzle maior.


Para quem é indicado o workshop de Design Thinking Foundations, quais são os principais objetivos e que tipo de benefícios os participantes podem esperar?

Para todos aqueles que queiram ter o mapa para começar a trabalhar com estas metodologias. Ao longo de 16 horas, teremos oportunidade de conhecer as fases do processo e algumas das suas principais ferramentas, aplicando-as à resolução de um desafio real. O ritmo será intenso, mas adaptado em função das necessidades e dinâmica do grupo. Com já alguns anos de vida (julgo que já lá vão 6), este workshop evoluiu em conteúdo e estrutura, sendo que a metodologia “mãos na massa” foi sempre uma constante. Se vierem de espírito aberto e com predisposição para adicionar mais uns pontos à vossa história, estou certa de que irão apreender novas perspetivas decorrentes da minha experiência em consultoria e facilitação nesta área.



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