A tecnologia evolui a cada dia que passa, e os avanços são avassaladores, alguns deles seriam impensáveis, há algum tempo atrás. É neste contexto de atualização que surge o documentário Do You Trust This Computer? Recomendado por Elon Musk, o famoso CEO de empresas como a SpaceX e a Tesla Motors, que também dá o seu contributo enquanto empreendedor e conhecedor da área. Deixamos aqui alguns dos principais insights deste documentário, que nos deixa efetivamente na dúvida se estaremos ou não a ir longe demais na partilha de dados e informação.
O documentário começa por nos transmitir a questão da sociedade não estar a evoluir à mesma velocidade da tecnologia e, consequentemente deixar desprotegidos os cidadãos. Neste seguimento, afirmam existir uma “networked intelligence” que nos observa e sabe tudo sobre cada um de nós, e como tenta mudar-nos e moldar a nossa perceção e experiência.
Neste documentário são abordados tópicos como a questão da recolha de dados, de uma imensidão de dados, com base nos perfis de cada um de nós nas redes sociais, nas pesquisas efetuadas no Google, ou seja, com base na pegada digital de cada um. Com esta imensidão de dados e na sua modelação chegamos à Inteligência Artificial, através do treino de redes neuronais que dão repostas a questões e problemas concretos.
Com a imensidão de dados disponíveis atualmente, entramos assim na dimensão de Deep Learning, uma das mais recentes áreas de investigação de Machine Learning, onde o objetivo é tornar as máquinas efetivamente inteligentes, ou seja, que além de darem resposta a determinadas situações já tipificadas, consigam aprender a pensar e resolver problemas, capazes de compreender.
Durante o documentário, são levantadas e abordadas as questões éticas que estão diretamente ligadas à utilização da AI e até que ponto poderemos incorrer em riscos demasiado elevados.
Neste documentário é abordada a questão da utilização de AI, por exemplo, pelo Facebook e como a utilização dos dados dos seus utilizadores pode ser utilizada para moldar a nossa opinião e a forma como vemos o mundo e tomamos decisões sobre ele.
Apesar disto, é muitas vezes reforçado no documentário que a tecnologia não é “nem boa nem má” a utilização que fazemos dela é que determina esta caraterização. Ideias como a de que a tecnologia poderá substituir o trabalho humano gerando desemprego, ou a criação de armas de destruição maciça autónomas ao mesmo tempo que drones podem entregar medicamentos e suprimentos em estados de guerra, faz parte da análise feita à evolução da mesma, e aos caminhos/consequências a que nos poderá levar.
O futurista Ray Kurzweil declara que, na sua perspetiva, a aplicação “primária de todas estas máquinas será estender a nossa própria inteligência”, o que permitirá a melhor resolução de vários problemas.
“Não existe limite daquilo que as máquinas inteligentes podem fazer pela raça humana”
Em jeito de conclusão, a IA é uma realidade com a qual já vivemos, aquilo que fazemos dela e a utilização que lhe damos, será determinante para o nosso futuro.
“Nós somos escravos da tecnologia, e já não podemos voltar atrás”