A área da análise de dados tem dado passos largos nos últimos anos, ao nível da quantidade e qualidade do acesso às ferramentas. Passamos de quase não ter acesso a informação, quando os computadores eram muito caros e ocupavam salas inteiras, para o outro oposto, onde todos têm um super-computador em cada bolso (mais potente do que o computador que levou o primeiro homem à lua).
O acesso generalizado à informação e capacidade de processamento e análise abrem a oportunidade a todos para participar no “novo advento” e otimizarem todos os aspetos da sua vida. Um dos grandes desafios que vem com uma rápida evolução como a que experienciamos é que, de repente, o mercado fica inundado de novas e poderosas plataformas que prometem ser a próxima “última coca-cola do deserto” – o que faz mais sentido para as minhas necessidades?
Após ultrapassar este desafio, chega o primeiro acesso à plataforma. Vamos imaginar que estamos a entrar no Google Analytics pela primeira vez. Olhamos… e aparecem números, gráficos, tabelas, séries temporais e um conjunto de nomes que não entendemos. Face a isto, grande parte dos utilizadores coloca um rótulo e nunca mais volta a olhar para os números.
Mas também sabemos que a informação é poder e que, se não medirmos o que fazemos, não vamos saber se estamos a ir pelo caminho certo ou errado – quantos legumes queria vender este mês? Quantos vendi? Não sei.
Para ajudar a desbloquear a primeira interação com o analytics, partilho a minha experiência: se fosse atrás no tempo, como voltava a olhar para o Google Analytics pela primeira vez?
O Google Analytics apresenta a informação usando dimensões e métricas. É desta forma que se conjuga a informação textual e numérica, permitindo retirar conclusões sobre cada propriedade. Estamos a falar do número de utilizadores, da distribuição dos acessos por modelo de telemóvel, a cidade de onde os utilizadores mais acedem, etc.
Para dar os primeiros passos, recomendo este pequeno glossário. No meu workshop, aprofundamos um pouco mais sobre a forma como estas métricas e dimensões se cruzam e como podem ser decisivas para retirar as conclusões certas.
Os utilizadores do Google Analytics costumam entrar logo na plataforma para perceberem como tudo funciona e aí está parte do problema. A falta de conhecimento sobre os dados apresentados cria o sentimento de frustração e muitas vezes é o suficiente para desmotivar alguém.
Antes de aceder à ferramenta, é muito importante perceber o que se procura. Podemos querer perceber a recetividade dos utilizadores a uma nova feature do website ou retirar mais informação sobre o comportamento dos utilizadores atuais para saber quais os desenvolvimentos necessários na próxima versão de uma app.
Para definir o método de avaliação, existem alguns modelos já preparados pelas empresas quando vão avaliar o sucesso de propriedades digitais como websites ou apps. No meu workshop, vamos aprofundar um pouco mais neste ponto e orientar os participantes para poderem avaliar todo o tipo de iniciativas.
Agora que sabemos o que estamos à procura, temos de abrir a ferramenta e encontrar a melhor forma de extrair os dados necessários. Existem vários tipos de reports pré-definidos na plataforma e que, na maioria dos casos, são suficientes para chegarmos às conclusões que precisamos.
O primeiro acesso ao Analytics pode ser intimidante, pelo que aconselho a todos que tenham um espírito aberto e naveguem sem medos! É muito difícil “estragar” a ferramenta e muitas vezes existe forma de retroceder os estragos. Para facilitar isto, recomendo que criem um acesso “view” ou “visualização”, onde têm a garantia de que não podem fazer alterações que comprometam os dados existentes.
No workshop da EDIT. costumo partilhar algumas dicas que facilitam a procura de informação, para conseguirem ter autonomia e à vontade com a ferramenta.
Existem alguns dados que não vêm nos reports standard do Google Analytics. Para saber configurá-los, precisamos de saber a informação concreta que procuramos e criar um report customizado às nossas necessidades.
A criação destes reports requer um conhecimento ligeiramente mais profundo sobre a plataforma, que podem obter em alguns recursos online (nomeadamente o blog oficial do Google Analytics, aqui).
Este tipo de reports também serão criados no workshop, aplicados a casos específicos de empresas, onde poderão fazer o vosso próprio report e adquirir as skills necessárias para replicar.
Seguindo estes passos, é mais simples transformar informação em conhecimento e utilizar uma ferramenta complexa como o Google Analytics para vos levar mais longe.
Após terem um primeiro contacto e conseguirem perceber a lógica por trás desta ferramenta, serão capazes de avançar sozinhos e aprofundarem os vossos conhecimentos nas áreas mais úteis para cada um.
Vamos dar o primeiro passo?