Após a contextualização do seu trabalho e funções na InVision, ressalva a ideia de “flow” – um estado de experiência otimizada que permite ao utilizador focar-se, apenas, na tarefa que tem em mãos, atingindo, portanto, o seu pico de performance. Para o atingir são necessárias duas coisas: ter um alto nível de skills e também de desafio, e estas precisam de estar equilibradas. Tom propõe alguns princípios para desenhar ferramentas para este flow:
– Estipular um bias: otimizar para um nível de skills intermédio, pois apesar de existir uma distribuição standard de skills entre os utilizadores das ferramentas – iniciante, intermediário, profissional – é na fase intermédia que a maior parte dos utilizadores se vão encontrar. Idealmente, todos se irão tornar profissionais, mas pode não acontecer.
Este bias resume-se a tudo o que se desenha dentro da interface, incluindo as palavras, imagens, cores e, desta forma, cada opção de design precisa de ser adaptada para o bias. Tom salientou também a importância dos ícones e das palavras apresentados nas ferramentas serem óbvios e simples de perceber para todos, quer sejam iniciantes ou profissionais.
Cores são rápidas. Palavras são claras. Ícones são eficientes. Imagens são poderosas. O Design é “difficated” – difficult + complicated / difícil + complicado
– Simplificar: Depois de se ter estabelecido o bias, é necessário simplificar tudo para os utilizadores, como por exemplo imitar alguns padrões de outras ferramentas, como as layers no Photoshop.
Deve-se também reutilizar/conservar mecanismos para conseguir diferentes tarefas: isto porque quando se constroem sistemas complexos como estas ferramentas, de cada vez que se introduz um novo mecanismo, não só se está a aumentar a complexidade daquele desafio particular que se está a tentar resolver, como também se aumenta o desafio da ferramenta inteira, o que poderá sair bastante caro.
Compreender o modelo mental dos utilizadores e a forma como pensam sobre o conteúdo é crucial no desenho de ferramentas, o que Tom denomina por abstração.
A automação é igualmente uma ferramenta importante a utilizar: para os iniciantes, pois ajuda-os a ultrapassar desafios difíceis; mas também para os utilizadores avançados, ao salvá-los das tarefas mais monótonas e poupar-lhes muito tempo.
O Director of Product & Design da InVision afirma que a ergonomia é um ponto de enorme relevância no seu trabalho, visto que as pessoas irão usar as suas ferramentas durante todo o dia, e querem por isso evitar que os seus utilizadores passem por algum tipo de tensão cognitiva ou física, o que teria um grande impacto na sua produtividade.
– Capacidade de adaptação: este é o último princípio partilhado por Tom e que menciona a necessidade de se adaptar a diferentes situações, simplificando a experiência para todos os que estão presentes na curva das skills. Dentro deste ponto, exemplifica com o caso da Adobe a importância da customização/personalização, e da contextualização – devem ser apenas mostradas opções relevantes para o estado atual do sistema. Por fim, salienta uma técnica chamada divulgação progressiva: à medida que os utilizadores vão avançando dentro da aplicação, introduzem-se novos desafios pelos quais eles poderão optar.