Entrevista Alexandre Kroner

Entrevista

Alexandre Kroner é Digital Marketing Coordinator na 4H Healthcare Group e foi aluno do curso intensivo de Data Driven Marketing & Analytics na EDIT. Lisboa.

Houve de facto um upgrade bastante positivo. No meio de tantos dados e números, comecei a ver coisas que não via antes.


A tua formação mistura a área do Marketing, Publicidade e Relações Públicas, com o Design. Conta-nos um pouco sobre o teu percurso académico e profissional.

Quando era mais novo optei por ingressar num curso profissional de Marketing, Publicidade e Relações Públicas. Hoje sei que foi a melhor coisa que podia ter feito naquela altura. O curso por um lado era bastante intensivo nas áreas chave, mas também oferecia um leque muito alargado de disciplinas complementares a essas áreas como Som, Vídeo, Fotografia, Design, etc. Tive a sorte de ter grandes professores, todos eles com bastante CV nas respetivas áreas. Apesar de ter ido para aquele curso com um olho na Publicidade e outro no Marketing, comecei-me a desviar para uma dessas disciplinas: o Design. A professora era muito cool (trabalhava numa revista de moda) mas também muito profissional: levava exemplos de trabalhos de clientes e concursos reais para as aulas. Ela mostrou-me uma realidade em que eu nunca teria tido acesso no ensino “normal”. Isso fascinou-me. Apesar da minha irmã ter passado toda a vida a desenhar e ter tirado o curso de Design, nunca pensei que esse seria também o meu caminho. No entanto, em pouco tempo fiquei a dominar o Photoshop, o Freehand e o Quark (era o que havia na altura). Comecei a ler intensivamente teoria sobre a disciplina e dei por mim já decidido a seguir esse caminho. Em pouco tempo comecei a fazer trabalhos como freelancer e a participar em alguns concursos. Ganhei alguns deles e isso fez-me colocar um ponto final na minha indecisão entre Marketing e Design. Optei por prosseguir os estudos a nível académico para aprofundar o conhecimento na área do Design e quando o acabei, a tendência do mercado já era quase toda ela digital. Tive que me adaptar e a incluir o HTML, CSS e JS no meu trabalho. Entre 2009 e 2015 trabalhei como freelancer em áreas muito distintas como eventos, associativismo, ensino, arquitetura, retalho, saúde. Mas esses tempos foram muito cansativos e procurei algo mais estável. Nessa altura entrei na Industria Farmacêutica como WebDesigner. Ingressei num departamento em que a maioria dos meus colegas era da área comercial e marketing. A única pessoa que falava a mesma língua que eu, era a minha colega do Marketing Digital. Já me interessava por essa área há algum tempo, mas o facto de trabalhar diariamente junto daquela realidade fez-me lembrar o porquê de ter ido para um curso de Marketing há 10 anos atrás. Comecei a lembrar-me com frequência das aulas de Marketing e Publicidade. Mais tarde a minha colega seguiu um novo desafio profissional e surgiu a oportunidade de eu assumir esta área dentro do Grupo 4H.


Como surgiu o interesse no curso intensivo de Data-Driven & Marketing Analytics na EDIT. Lisboa?

O facto de começar a reportar a diferentes áreas de negócio e ter que melhorar os meus skills na área analítica, fez-me procurar uma formação que fosse completa nesta área mas com o mínimo de teoria possível, como é característico das pós-graduações e mestrados. Precisava de algo prático, intensivo e que me desse tudo o que precisava sem bla blá bla. Encontrei este curso na EDIT. que encaixou como uma luva nas minhas necessidades.


Já tiveste oportunidade de aplicar no teu trabalho os conhecimentos e ferramentas adquiridos no curso?

Já. Ao nível do reporting fui aplicando os conhecimentos ao longo do curso e os reports que faço hoje são muito diferentes do que fazia antes do curso. Houve de facto um upgrade bastante positivo. No meio de tantos dados e números, comecei a ver coisas que não via antes. Ter mudado de óculos também ajudou.


O papel e contributo dos tutores do curso foi relevante, na tua opinião?

Essencial. Tal como no curso profissional que tirei há mais de 10 anos, voltei a encontrar novamente um leque de tutores cheios de experiência e case studies preocupados em transmitir conhecimento. Todos bastante disponíveis para interromper e esclarecer. Sempre abertos à troca de mails para dúvidas, ajudas. Nos intervalos e pós aulas partilhavam mais histórias e curiosidades. Acredito que eles são o grande trunfo destes cursos se compararmos com as ofertas académicas. Numa área tão volátil como esta, é quase impossível uma faculdade manter um programa atual durante alguns anos. O Google, por exemplo, anuncia novidades quase todos os dias, uma faculdade muda o seu programa de quantos em quantos anos?


Consideras que o Marketing Digital, e especificamente a área de Analytics, deve ser aproveitada e potenciada pelas empresas?

Eu trabalho na área da saúde, uma das mais regulamentadas e difíceis de trabalhar. Até nesta área é essencial apostar no Marketing Digital e sobretudo em Analytics. São os nossos olhos. As empresas e os profissionais que não apostarem nestas áreas, em pouco tempo estarão fora de jogo (provavelmente já estão e não sabem).


Que evolução prevês no campo da análise de dados?

Lembram-se do jogo Age of Empires? Era um jogo de estratégia em que começavas num cenário com um pouco de terra visível e conforme fosses avançando no mapa ias descobrindo mais terreno. Na altura era frequente a malta usar umas batotas: havia umas Cheats que colocávamos e o mapa ficava todo visível logo de início, dando-nos a vantagem sobre os nossos concorrentes de avançar logo para onde queríamos e evitar locais onde estaria o inimigo.

A análise de dados hoje em dia são esses Cheats que nos dão uma visão alargada do mercado permitindo escolher o caminho mais seguro e eficaz para a nossa estratégia.

A importância da analise de dados aumenta quando temos em conta que neste momento tudo o que fazemos já é possível de ser quantificado e analisado.  Se queremos saber alguma coisa que ainda não sabemos, só temos que ser criativos para o descobrir. Existem inúmeras histórias de empresas que conhecem tão bem os hábitos dos seus consumidores que adivinham as suas intenções de compra mesmo antes de eles as terem. Lembro-me daquela história da cadeia de retalho Target que através de estudos de padrões de consumo, enviou por correio aqueles cupões de descontos em fraldas de bebé a uma mulher que não sabia que estava grávida (mas estava). Com a chegada das IOT (Internet of Things), passámos a ter dentro de casa contadores de dados. A nossa balança digital, a nossa smart tv, o nosso frigorifico, até aqueles aspiradores que andam sozinhos pela casa e que li esta semana que podem fazer a planta da nossa casa e vender essa informação. Já nem falo dos PCs e Smartphones. Todos eles juntos dizem ás empresas quem nós somos e quais as nossas necessidades.

Sabendo que uma grande fatia do mercado já recorre a estes dados e tem uma visão alargada sobre o seu público (como as cheats do Age of Empires), como vão sobreviver aqueles que continuam a menosprezar estas ferramentas?


Utilizas algum tipo de recursos ou plataformas para te manteres atualizado sobre as tendências do digital e do analytics?

Sim. A minha principal estratégia e sempre funcionou nas várias áreas em que trabalhei, é seguir profissionais da área com que me identifico. Neste momento faço-o muito através do Linkedin: é cada vez mais usual vermos bons profissionais a partilhar noticias e a escrever sobre algumas novidades. Sigo muitos. Alguns deles, tutores da EDIT.

Depois sigo também os sites “bíblia” da área ( Search Engine Land, Search Engine Watch, MOZ, etc) e os twitters do Google. Para quem trabalha diariamente com o Google Analytics e Adwords, é bom estarem atentos.


Que características deve ter, na tua perspetiva, um bom profissional desta área? Neste sentido, que conselhos podes dar a quem tem interesse em entrar e suceder no mercado digital?

Na minha sala tenho uma estante muito grande. Ocupa uma parede inteira. E tenho também um gato. O Pantani. Tal como o ciclista que lhe deu o nome, ele é trepador e gosta muito de explorar a estante. Como a maioria dos gatos, é muito curioso e brincalhão. Quanto mais ele explora mais coisas novas encontra para brincar. Quando mudo as coisas de sitio, ele arranja formas criativas de lá chegar. Sempre muito cuidadoso e ágil, atento ao pormenor para não tropeçar em nada (a estante é alta e um pouco estreita). Quanto mais ele sobe à estante, melhor ele a conhece. Aqueles acidentes que aconteciam nos primeiros saltos deixaram de existir. Agora nem o ouvimos a saltar dada a confiança com que ele enfrenta aquela subida.

A meu ver, um bom profissional desta área tem que estar no mercado como o Pantani está na estante. Curioso, Atento, Conhecedor, Organizado, Metódico e Pragmático.

Se estão ou querem entrar no mercado digital, sugiro que comecem por fazer as inúmeras formações gratuitas que existem na internet, nomeadamente as do Google e Facebook. Ler sites como aqueles que referi anteriormente e alguns livros importantes. Se procurarem no Google vão encontrar inúmeras listas ao estilo “Os 10 livros que deves ler para ser um Guru do Marketing Digital”.

Depois de o fazerem, vão perceber que não chegou, então nessa altura, sugiro que façam uma formação ao estilo da que eu fiz. Não só pelo conteúdo que não vão encontrar nos sites, blogs e livros, mas pelos case studies e experiência que absorvem dos tutores e networking com colegas.

Quando acabarem essa formação já estão dentro do mercado digital. Há muitas ofertas, em principio não vai ser problema arranjar o primeiro trabalho. Mas não fiquem sentados à espera, o Marketing Digital tem a mais valia de nos podermos desenvolver com projetos pessoais. Tal como o Miguel Maio, tutor na EDIT e deste curso nos sugeriu: criem um blog ou site sobre uma temática que vos interessa e ponham em prática tudo o que aprenderam. É a melhor forma de ganhar experiência e fazer experiências. Algumas delas que serão quase impossíveis de fazer em futuros empregadores.



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