Diana Santa
Tutora

Entrevista

Na opinião de Diana Santa, uma das maiores tendências do Digital Design é o facto de estarmos "cada vez mais focados nas pessoas de forma muito individual e como podemos fazer a sua experiência ser mais envolvente”. A tutora da EDIT. Porto é Senior Graphic Designer & Illustrator na GIF DESIGN STUDIOS e fala-nos nesta entrevista sobre as suas inspirações e percurso, marcado pela formação na EDIT.

Espero conseguir transmitir o meu conhecimento de forma clara e acredito que “pôr as mãos na massa” com exercícios práticos surte mais efeito que debitar Os Lusíadas.


Podes falar-nos um pouco sobre o teu percurso académico e profissional, e a passagem pela EDIT. Porto?

Bem, tudo começou quando decidi tirar um curso técnico de Artes Gráficas na Escola de Artes em Coimbra, em vez de seguir para o secundário. Depois tirei uma licenciatura em Design de Comunicação, na ARCA-EUAC. Lembro-me que nesses anos, o Design começou a ter mais notoriedade no mercado.

Comecei a trabalhar como Creative Designer, para a multinacional Blachere Illumination. Criava peças de luz natalícias, idealizava parques temáticos para centros comerciais e fazia animações 2D. Tive uma breve passagem pela Punchline, depois trabalhei como freelancer e até que vim para a GIF Design Studios, no Porto. É aqui que começo a trabalhar mais com o mundo digital e expandir como Designer. Entretanto passaram 4 anos e fiz um pouco de tudo: branding, animação, ilustração, strategy, UX/UI e Art Direction (e às vezes até tirar cafés aos colegas… faz parte!).

O trabalhar em equipa e estar envolvida em grande parte do processo de conceção e execução de projetos, faz parte de mim. Sendo que o curso de Digital Art Direction & Creativity na EDIT. foi uma excelente oportunidade para evoluir como profissional e solidificar conhecimentos. Foi intenso, mas muito enriquecedor pelos tutores que tive ao longo do curso.


Quais são as tuas maiores inspirações para o processo criativo? E os maiores desafios?

A inspiração surge de tudo o que nos rodeia, os locais onde passamos, as imagens que vemos, os livros que lemos e as experiências que vivenciamos, aliado ao que também somos. Foi-me dito uma vez, “não há nada melhor do que sair e ganhar mundo!”, pois tudo isso influencia a nossa criatividade.

O processo criativo tem de ser algo fluído e é preciso deixar as ideias saírem. Talvez as 10 primeiras não sejam as melhores, mas se não forem colocadas no papel, irão atrapalhar as seguintes. Nem sempre a “tal” ideia sai à primeira e aí pode surgir a frustração, o cansaço, a irritabilidade e uns quantos cabelos puxados. Nessa altura nada como “dormir sobre o assunto”, espairecer e voltar com olhos frescos.


Tens alguma meta profissional que desejasses cumprir?

Sim, tenho algumas e espero no futuro ter oportunidade de as realizar. E todas envolvem design, digital, interação, comunicação e vontade de evoluir (para melhor, claro!).


Na tua perspetiva, o que poderá vir a ser tendência na área do Design Digital?

Estamos cada vez mais focados nas pessoas de forma muito individual e como podemos fazer a sua experiência ser mais envolvente. Julgo que o foco será cada vez mais mobile first, assim como a integração entre vários dispositivos num só produto digital. Apostando em visuais mais disruptivos, explorando 3D e sobreposições, aliado com motion graphics.


Para quem quer aprender um pouco mais sobre este campo, que websites/livros aconselhas?

Tenho alguns sites que costumo passar os “olhinhos” quase todos os dias. Excelente para webdesign, o Awwwards, onde poderão ver sites com experiências incríveis. O site do Nielsen Norman Group tem artigos super interessantes sobre UX.

Aconselho a extensão Muz.li para o chrome, como fonte de inspiração personalizada aos vossos interesses. 

Mas se gostam de ler, comecem por um dos melhores sobre usabilidade “Don’t make me think” de Steve Krug.


Agora do outro lado, irás ser tutora do programa Digital Design da EDIT. Porto. Quais as tuas expectativas? Que contributos esperas dar aos alunos nas tuas aulas?

Será um desafio interessante e de grande responsabilidade, que irei abraçar com entusiasmo. Espero conseguir transmitir o meu conhecimento de forma clara e acredito que “pôr as mãos na massa” com exercícios práticos surte mais efeito que debitar Os Lusíadas. Isto será uma das bases das minhas aulas.


Podes dar algum conselho aos alunos que pretendem entrar na área do Design Digital?

 

Invistam em vocês, há sempre algo novo para descobrir. A vontade de aprender é a melhor skill que podem ter.

Sejam curiosos! A curiosidade gera procura e essa procura traz soluções e conhecimento. Arrisquem, experimentem e se errarem…  há sempre uma aprendizagem a retirar para o futuro.



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