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Vamos entrar no admirável mundo da Realidade Aumentada.
Descreve brevemente o teu percurso profissional.
Desde cedo que me apercebi que queria trabalhar diretamente com as pessoas, comunicar, interagir.
Na altura de tomada de decisões, arrisquei no jornalismo: trabalhei em imprensa e televisão e encontrei nessa área realização profissional, mas não toda. Bati à porta da publicidade, numa altura em que o digital ainda estava no futuro: encontrei a janela de criatividade que o jornalismo não me permitia.
Continuei alerta para as oportunidades que sabia que vinham do digital e que começavam a dar os primeiros passos firmes em Portugal: entrei para a Adclick como copywriter, alavancada pela minha formação em jornalismo.
Rapidamente me apercebi que o marketing digital seria o mais transversal sector onde poderia abraçar tudo o que me movia: conteúdo e criatividade, análise de performance e otimização (que o offline não permitia) e principalmente, com o advento do social media, poderia pela primeira vez não só falar com/para as pessoas, mas principalmente “Ouvir” as pessoas em tempo real.
Tendo formação em Jornalismo, o que te motivou para integrar a área da comunicação digital?
O jornalismo puro deve ser preto no branco. A comunicação digital é colorida. 🙂
Em que consiste a tua função atual na Adclick e como se desenrola o teu dia-a-dia?
Trabalhei como Product Manager dois anos onde desempenhava um papel muito transversal nos projetos.
Hoje, mantendo esse background de sinergia entre todos as métricas do projeto, foco a minha atividade na área de social media. O objetivo do meu departamento em específico é lançar 4 portais com a mesma marca, que vão servir praticamente todo o mundo. A par, estamos a contruir comunidades reais, comprometidas e alavancadas por uma estratégia de content marketing. Já lançamos a marca no Brasil que vai servir todos os países de língua portuguesa e em França, que vai servir todos os países de língua francesa.
Ainda este ano abraçamos a comunidade hispânico-americana. Com menos de um ano, temos quase milhão de seguidores/fãs da nossa marca.
Qual é o maior desafio de trabalhar estratégia para redes sociais e qual o fator determinante para o cliente nessa mesma estratégia?
Saber escutar é o desafio. Estar interessado – genuinamente – no que os nossos utilizadores nos dizem é a chave para termos uma comunidade sólida e preparada para vestir as cores da nossa marca.
Indica-nos uma ou duas marcas que, na tua opinião se destacam ao nível da estratégia de social media adoptada.
A GE.com (General Eletric) pela criatividade e capacidade de storytelling, mesmo com um core business aparentemente “boring” do ponto de vista das massas.
Para mim é um exemplo de que a mensagem por si não chega: é fundamental trabalhar na abordagem, adequando a mensagem à plataforma em que o utilizador está.
Dos projetos em que já estiveste envolvida, qual aquele que destacas como mais desafiante?
Definitivamente, o projecto atual. Pela dimensão mundial que queremos que tenha e pela necessidade diária de trabalhar numa linha de orientação única da marca, sem perder a noção da especificidade cultural de cada país que estamos a trabalhar.
Para ti, qual o mais importante indicador de performance na comunicação digital?
Taxa de conversão, pois é o indicador que no final acaba por colocar todos os outros indicadores em cima da mesa.
Se pudesses estar envolvida no desenvolvimento da estratégia digital de qualquer marca/produto/entidade, qual escolherias e porquê?
Esta é uma pergunta difícil… identifico-me com a estratégia de marketing relacional da marca brasileira Havaianas. Mas se fosse para escolher a sério…. a lista é grande!
Qual é o maior erro que achas que se comete, atualmente, na presença de marcas nas redes sociais?
O primeiro grande erro, na minha opinião, é a ideia que ainda vive na cabeça de muitos clientes: qualquer um pode facilmente gerir a página de Facebook ou Instagram da sua empresa. Não há ainda uma verdadeira valorização do papel do community manager e isso pode ser o primeiro passo para o sucesso ou fracasso de uma empresa. Acho que ainda não há esta consciência.
Quais são os recursos online que não dispensas para te manteres atualizada nas tendências e notícias na área?
Tenho o Marketingland.com nos favoritos e uso com bastante frequência o Lynda. Tenho o Gary Vaynerchuk como uma referência enquanto influenciador.
Qual achas que será o futuro das redes sociais?
Acho que o futuro do digital, mais do que apenas das redes sociais, passa pela combinação entre o mundo físico e o mundo digital. Vamos entrar no admirável mundo da Realidade Aumentada.
Para ti, qual a maior vantagem e desvantagem da presença ativa nas redes sociais?
A vantagem: estar onde o teu público está.
A desvantagem: se não estiveres no sítio certo, com a mensagem certa, o poder da rede pode virar-se contra ti.
Por fim, gostarias de deixar algum conselho a quem ambiciona integrar o mercado digital na área do social media?
Como tudo o que acontece online, se não houver renovação, não há crescimento. Não podemos ficar ao que aprendemos na faculdade ou numa formação: se queremos estar presentes, nunca poderemos deixar de lado a vontade inequívoca de aprender.
Não há segredos, mas há orientações: Ler muito, acompanhar as tendências, inovar nas ferramentas, ousar nas estratégias.
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